O que esperar dos fundos imobiliários (FIIs) em 2026, segundo 22 gestoras
O otimismo dos gestores de fundos imobiliários com o mercado brasileiro se manteve em território positivo para os próximos 12 meses, segundo a nova edição de uma pesquisa semestral realizada pelo BTG Pactual.
O levantamento ouviu 22 gestoras de FIIs, como Patria, XP Asset, TRX, Capitânia e Tellus, e captou a percepção dos administradores sobre a indústria. As respostas, vale ressaltar, foram compiladas de forma agregada, preservando a confidencialidade das instituições participantes.
O questionário avaliou o grau de confiança dos gestores em relação aos diferentes segmentos do mercado. Nesta edição, os fundos de tijolo ganharam destaque, com preferência por três setores: logística, escritórios e renda urbana.
Por outro lado, os FIIs de recebíveis (CRI) registraram o maior recuo em relação à edição anterior, embora ainda permaneçam em território considerado otimista.

Ao serem perguntados sobre os principais temas que devem influenciar o mercado de fundos imobiliários nos próximos 12 meses, os gestores apontaram eleições, inflação e juros como os fatores mais relevantes.
Do ponto de vista operacional, os destaques são reajuste de aluguéis e o aumento da taxa de ocupação dos imóveis.
Em comentários adicionais, a expectativa de queda da taxa Selic apareceu como um dos principais gatilhos para o desempenho da indústria em 2026.

Riscos à vista
Em relação aos riscos, endividamento dos fundos e questões de governança lideraram as preocupações e foram apontados como os principais pontos de atenção a serem monitorados no próximo ano.
Também foram citados, em menor escala, possíveis mudanças na legislação e movimentos de fusões e aquisições no setor.
Fundos imobiliários: Pontos fortes e gargalos
Nesta edição, a pesquisa do BTG também abordou temas extraordinários. Um deles buscou identificar quais aspectos qualitativos são mais relevantes no processo de avaliação de um FII.
Para os administradores, a qualidade e a localização do portfólio se destacam, ao lado da experiência e do histórico da equipe de gestão.
Por outro lado, entre os pontos que ainda precisam de avanços estruturais na indústria de fundo imobiliários sobressaíram-se a liquidez das cotas no mercado secundário e a segurança jurídica e regulatória.

Recompras de cotas e ofertas
O levantamento mostrou ainda falta de consenso sobre a adoção de programas de recompra de cotas ao longo de 2026, indicando um cenário de indefinição.
A operação, comum entre empresas listadas em bolsa, foi autorizada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em maio deste ano.
Já quando o assunto é crescimento de portfólio, as emissões privadas seguem como a alternativa preferida entre os gestores, mantendo uma tendência que já teve presença relevante em 2025.
