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O que está mexendo com os mercados? Veja as principais notícias

03 set 2020, 13:21 - atualizado em 03 set 2020, 13:21
Mercados
Investidores estão na expectativa da apresentação da proposta de reforma administrativa que será enviada ao Congresso (Imagem: Pixabay)

1 – Ibovespa segue piora de Nova York

A bolsa paulista refletia alguma cautela nos primeiros negócios desta quinta-feira, em meio a um viés misto no exterior, com agentes na expectativa da apresentação da proposta de reforma administrativa que será enviada ao Congresso.

Às 12:57 (horário de Brasília), o Ibovespa (IBOV) caía 0,74%, a 101.105,3 pontos.

A queda de mais de 3% de Vale (VALE3) também pressionava o Ibovespa, após o Ministério Público Federal (MPF) em Minas Gerais ajuizar uma ação pedindo intervenção judicial na companhia e suspensão de pagamento de dividendos.

Em Brasília, o Ministério da Economia faz entrevista coletiva nesta manhã, na qual dará detalhes sobre a Proposta de Emenda à Constituição da reforma administrativa do governo federal.

“Esta medida, que influenciou o otimismo nos últimos dias no mercado financeiro, deve apresentar novas possibilidade de vínculo com a administração pública, como, por exemplo, dois anos de experiência”, observou a equipe da CM Capital Markets.

A agenda doméstica também mostrou que a produção industrial registrou alta de 8,0% em julho na comparação com o mês anterior, enquanto o setor de serviços permaneceu em contração em agosto apesar de demanda melhor.

Nos EUA, os principais índices de Wall Street recuavam nesta quinta-feira, à medida que o rali das ações voltadas para tecnologia perdia força, enquanto dados elevados de auxílio-desemprego e desaceleração no setor de serviços alimentavam temores de uma recuperação econômica lenta e prolongada.

O número de norte-americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego caiu mais do que o esperado na semana passada, mas permaneceu extraordinariamente alto. O governo divulgará na sexta-feira o relatório de criação de vagas de trabalho.

Separadamente, uma pesquisa mostrou que o crescimento do setor de serviços desacelerou em agosto, uma vez que provavelmente o impulso da reabertura das empresas e do estímulo fiscal diminuiu.

Jair Bolsonaro
A proposta do governo não mexe com estabilidade e salários dos atuais servidores, mas propõe a eliminação de uma série de benefícios como licença-prêmio (Imagem: Reuters/Adriano Machado)

2 – PEC da reforma administrativa

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma administrativa, apresentada nesta quinta-feira pelo governo Jair Bolsonaro, dará ao presidente poder para extinguir cargos, reorganizar autarquias e fundações e extinguir órgãos sem a aprovação do Congresso, com a condição de que as medidas não impliquem aumento de despesas.

O texto também propõe que o regime jurídico único dos servidores públicos dê lugar a cinco vínculos distintos, com a possibilidade de ingresso no serviço por concurso público ou por seleção simplificada.

Haverá um estágio probatório como etapa do concurso público, sem que haja direito automático ao cargo. De acordo como governo, os mais bem avaliados ao final do vínculo de experiência serão efetivados.

A proposta não mexe com estabilidade e salários dos atuais servidores, mas propõe a eliminação de uma série de benefícios como licença-prêmio, adicional por tempo de serviço, aumentos retroativos, férias superiores a 30 dias por ano e aposentadoria compulsória como punição.

3 – Ações da Vale operam em queda

As ações da Vale (VALE3) operam com forte baixa nesta quinta-feira (3), após o Ministério Público Federal de Minas Gerais protocolar uma ação civil pública pedindo uma intervenção judicial na companhia, bem como a suspensão do pagamento de dividendos.

Às 11h29, os papéis recuavam 1,91% e eram cotados a R$ 60,15. No mesmo instante, o Ibovespa avançava 0,65% e marcava 102.568 pontos. Na mínima do dia, até o momento, as ações foram negociadas por R$ 58,89. Na máxima, alcançaram R$ 60,55.

Nos últimos tempos, a Vale voltou a ser incluída em carteiras recomendadas de ações e, sobretudo, de dividendos, sinalizando que, pelo menos para o mercado, as tragédias de Mariana e Brumadinho já foram superadas.

O Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM) disse nesta quinta-feira que seu índice de atividade não-manufatureira caiu para 56,9 no mês passado (Imagem: Reuters/Jonathan Ernst)

4 – Atividade de serviços nos EUA desacelera em agosto

O crescimento do setor de serviços dos Estados Unidos desacelerou em agosto, provavelmente porque o impulso da reabertura de empresas e do estímulo fiscal perdeu força.

Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM) disse nesta quinta-feira que seu índice de atividade não-manufatureira caiu para 56,9 no mês passado, ante leitura de 58,1 em julho.

Uma leitura acima de 50 indica crescimento no setor de serviços, que responde por mais de dois terços da atividade econômica norte-americana.

5 – Bank of America aumenta aposta em bancos brasileiros

Estrategistas do Bank of America para a América Latina elevaram a recomendação de ações do setor financeiro no Brasil para “marketweight”, avaliando que as mesmas já foram “suficientemente negligenciadas”, o que respaldava forte valorização dos papéis de bancos no Ibovespa (IBOV).

Em relatório a clientes nesta quinta-feira, eles destacaram que esses papéis estão bastante distantes da performance do Ibovespa no acumulado do ano, devido à sua natureza cíclica e ao novo ambiente de juros baixos.

No entanto, ressaltou a equipe liderada por David Beker, indicadores antecedentes apontam uma recuperação macro no Brasil, com os indicadores de confiança todos aumentando em agosto, enquanto os “valuations” parecem atrativos.

Os bancos, na visão dos estrategistas, se beneficiariam de qualquer fluxo de investidores estrangeiros, pois são “large caps” líquidas, respondendo por quase 30% do Ibovespa.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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