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O que o corte de 66% dos dividendos da Intel (ITLC34) ensina para os investidores?

03 mar 2023, 10:00 - atualizado em 03 mar 2023, 9:27
Considerada uma das principais pagadoras de dividendos do S&P500, o caso da Intel (ITLC34) mostra que é preciso analisar além do dividend yield (Imagem: Divulgação Intel)

Se você pesquisar no Google, “As 10 melhores pagadoras de dividendos do Brasil”, provavelmente vai aparecer uma série de matérias com listas de ações consideradas boas escolhas. 

À primeira vista, esta parece uma maneira prática de encontrar ações pagadoras de dividendos. Contudo, esse caminho pode estar cheio de “ciladas”. 

Isto é, ativos que parecem ser uma boa escolha em um primeiro momento, ou que já foram grandes pagadores de proventos, mas que a realidade hoje é bem diferente.

Isso é o que está acontecendo, por exemplo, com a Intel (ITLC34). Nas últimas décadas a ação foi considerada uma “top-pick” quando o assunto era grandes pagadoras de dividendos do S&P500, um dos principais índices de ações americanas.

Mas, recentemente, a companhia decidiu cortar em 66% os dividendos a serem pagos aos acionistas:

Fonte: CNBC

Os analistas da Empiricus Research já haviam sinalizado que isso poderia acontecer com os dividendos da Intel, em um relatório recente.

Eles também alertaram que algumas ações brasileiras, consideradas “vacas leiteiras” por muitos investidores, podem seguir o mesmo caminho. 

A seguir, explico em mais detalhes por que uma empresa como a Intel está cortando dividendos e uma ação brasileira pode fazer o mesmo em breve (e como identificar esses ativos). 

Dividendos ‘gordos’ de uma ‘vaca magra’: como a Intel chegou até aqui?

Entre as décadas de 80 e 90, a Intel dominou o mercado de semicondutores. Na época, a companhia revolucionou o setor fazendo marketing direto para o consumidor final e oferecendo muitas novidades do ponto de vista tecnológico.

Graças a essas características, a Intel conseguiu se tornar a principal fornecedora de semicondutores para grandes montadoras de computadores. Você provavelmente está familiarizado com as linhas de processadores da companhia, o i3, i5 e i7, são os mais recentes. 

Dessa forma, por 20 anos ela se manteve como a produtora dos processadores mais eficientes do mercado, sendo a líder do seu setor.

Isso permitiu que a Intel (ITLC34) pagasse excelentes dividendos ao longo de 30 anos. Entretanto, talvez o grande problema da companhia foi pensar que “o jogo estava ganho” e não agir rápido quando Steve Jobs apresentou o iPhone ao mundo.

Como o iPhone mudou o negócio da Intel?

Se você não entende muito de processadores, semicondutores e afins, pode não fazer sentido dizer que o iPhone impactou o negócio da Intel. Afinal, a companhia domina o setor de PCs e data centers. Smartphones não eram o foco da empresa. 

Acontece que, junto com o iPhone, surgiu a arquitetura ARM, um tipo de ecossistema muito diferente daqueles projetados pela Intel. Ao que tudo indica, a companhia não fez muita questão de desenvolver produtos com essa nova tecnologia, o que foi um erro. 

Hoje, o sistema ARM está presente em 95% dos smartphones e também tem ganhado espaço nos segmentos de PCs e data centers, principais setores de atuação da Intel. 

Assim, a empresa perdeu a chance de vender volumes massivos de chips de smartphones. Segundo Amstalden, esse novo nicho daria à ela a oportunidade de “bancar novas e cada vez mais caras fábricas de semicondutores de alta performance”.

Como consequência, a Intel precisou equilibrar a necessidade de manter investimentos elevados para competir com novas entrantes sem deixar de pagar dividendos “gordos” para agradar os acionistas.

Um equilíbrio difícil, que fez com que a companhia perdesse a liderança para a TSMC, concorrente taiwanesa.

Os perigos dos dividendos a qualquer custo

Como disse anteriormente, a Intel era, até pouco tempo, sinônimo de bons dividendos. Antes do corte, a expectativa de dividendos da companhia para 2023 era de 5,5%, um valor bem alto para os padrões da bolsa americana. 

Mas, enquanto muitos olhavam só para os dividendos, o que chamou a atenção dos analistas foram as prioridades adotadas pela Intel e o resultado disso. 

Enquanto as concorrentes da Intel se preocupavam em investir no negócio, produzir semicondutores mais avançados, a companhia pagava dividendos cada vez maiores e investia menos.

O resultado das escolhas da Intel geraram uma perda gradual da participação de mercado para as novas entrantes. Como resultado, ela foi superada pela AMD e Nvidia no design de semicondutores.

No 4º trimestre de 2022 a Intel apresentou uma queda de 31% na receita consolidada em comparação com o 4T21. Além disso, a geração de caixa livre teve resultado negativo de US$ 9,4 bilhões

No relatório publicado no início de fevereiro, os analistas destacaram que o corte de dividendos da Intel era uma das possibilidades para a companhia conseguir cobrir custos. E parece que eles estavam certos…

A Intel não é a única com dividendos ameaçados 

Embora o corte de 66% nos dividendos da Intel chame atenção, os analistas acreditam que algumas ações brasileiras podem seguir o mesmo caminho

A Taesa (TAEE11), por exemplo, foi uma das maiores pagadoras de dividendos de 2022. Mas, na visão dos analistas, existem fatores que podem fazer com que os proventos da companhia “minguem” nos próximos anos. 

Entre eles, o fim de três concessões muito importantes para os resultados da companhia já em 2030 e o comprometimento com empreendimentos cujo retorno é inferior a NTN-B 2055. 

Por isso, eles apontam que o investidor que deseja gerar renda por meio de ações pagadoras de dividendos precisa olhar além do yield corrente, mas também a capacidade das empresas de continuarem entregando resultados crescentes. 

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A Intel é um exemplo claro de que apenas o dividend yield da ação e uma lista de ativos retirados de uma indicação da internet não é o suficiente para selecionar boas pagadoras de dividendos. 

Por isso, se você não quer correr o risco de investir em uma ação que pode ser “furada”, precisa aprender como selecionar boas pagadoras de proventos. Só assim poderá ver a sua renda crescer no longo prazo. 

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Comunicóloga formada pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). É redatora do Money Times, Seu Dinheiro e Empiricus.
Comunicóloga formada pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). É redatora do Money Times, Seu Dinheiro e Empiricus.
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