O que o mercado pensa do novo CEO da Vale?

A nomeação de Fabio Schvartsman para o cargo de CEO da Vale é uma surpresa bem-vinda, avalia o BTG Pactual em um relatório publicado na segunda-feira (27) após a confirmação do atual presidente da Klabin para o cargo deixado por Murilo Ferreira.

O executivo trabalhou por 10 anos na Duratex e por 22 anos no grupo Ultra, de onde saiu em 2007 como CFO da holding Ultrapar e sócio-diretor da Ultra S.A.. Após presidir a Telemar Participações e a San Antonio Internacional, tornou-se em 2011 presidente da Klabin.

Os analistas Leonardo Correa e Caio Ribeiro ressaltam que Schvartsman é muito respeitado na comunidade dos investidores que fez um belo trabalho ao expandir fortemente as margens da companhia, além de acelerar o crescimento do Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) para o ritmo de 10% a 15% ao ano.

Este foco em crescimento, segundo eles, pode fazer o investidor questionar se essa estratégia também pode ser adotada na Vale.

“Vale ressaltar que a base de custos da Vale está muito deflacionada (após esforços recentes) e por isso, neste ponto, vemos um espaço limitado para isso. Tudo considerado, é uma nome bem-vindo para o trabalho”, explicam.

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O analista Marcos Assumpção, do Itaú BBA, considera o anúncio positivo, uma vez que o escolhido é bem conhecido pelos investidores, além de ser um executivo experiente e com passagens de sucesso por Ultrapar e Klabin.

“É esperada uma transição tranquila no comando e não deve haver uma mudança de estratégia na companhia, que deve continuar com foco na desalavancagem”, explica.

Tempo curto

O novo CEO da Vale teria um mandato de curto prazo no comando da mineradora, avalia o Citi Research em um relatório enviado a clientes nesta terça-feira.

Segundo o analista Alexander Hacking, o executivo tem 63 anos, ou seja, apenas dois a menos que o previsto no estatuto que considera a aposentadoria com 65 anos.

Apesar disso, Hacking vê com bons olhos a indicação.

“O conselho de administração enfatizou que o novo CEO manteria a atual direção estratégica, a disciplina de custo e de capital, reduzindo a dívida e pagando dividendos”, disse.