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Operações P2P: Como ganhar dinheiro negociando criptomoedas para outras pessoas

09 abr 2022, 16:27 - atualizado em 09 abr 2022, 16:25
Peer to peer / P2P / Ponto a ponto / ponta a ponta
Existem diversas pessoas que compram e vendem bitcoin dessa forma, excluindo a necessidade de corretoras cripto por exemplo. (Imagem: Freepik/stories)

As criptomoedas têm a vantagem de ser descentralizadas, ou seja, não precisar da intermediação de uma instituição financeira nas operações de compra e venda.

A partir de transações ponto a ponto, ou P2P, é possível enviar e receber criptomoedas como o Bitcoin (BTC) diretamente entre duas carteiras virtuais.

Nessas carteiras, são custodiadas as chaves para o acesso aos ativos, e é feito pelo próprio detentor, e não por uma instituição bancária.

Existem diversas pessoas que compram e vendem bitcoin dessa forma, excluindo a necessidade de corretoras cripto por exemplo.

Quais as vantagens e desvantagens em realizar transferências P2P?

Vinícius Kinczel é criador de conteúdo no Youtube e realiza serviços P2P. Segundo ele, as principais vantagens são a facilidade, agilidade, segurança, praticidade, conforto, e pronta entrega.

“E na minha opinião, a melhor vantagem de todas é que conseguimos enviar o ativo comprado para qualquer lugar. Diferente de uma casa de câmbio, onde o cliente costuma deixar na custódia de terceiro, ou com um custo elevadíssimo para sacar”, explica.

Ele observa, contudo, que uma desvantagem é que o preço do P2P é maior que na casa de câmbio

Kinczel explica, como as cotações das criptomoedas variam muito durante o dia, a maioria dos clientes não se importa muito com pequenas diferenças de preço.

“Isso porque ele sabe que, naquele mesmo dia, a variação pode fazer com que aquela operação no P2P se torne barato, além de não precisar fazer todo trabalho. Então, existe muito mais vantagem do que desvantagem.”

Como se tornar um vendedor P2P?

Kinczel diz ser simples. “Basta encontrar uma carteira de clientes que compre de ti e que venda pra ti”.

“É um intermediário qualquer, que atua do mesmo modo que negociar um carro, por exemplo. É necessário comprar mais barato e vender um pouquinho mais caro. Simples!”, explica.

E segundo ele, se começar aumentar o volume operado, é preciso abrir uma empresa

“Também é importante ter cuidado com golpes, obviamente. Portanto é preciso tomar todas as precauções necessárias, tais como KYC (Know Your Customer, ou “conheça seu cliente”).

Ele diz que atende uma média de 15 clientes por dia, entre negociações com clientes finais e negociações com outros intermediários.

O prestador de serviços P2P diz acreditar que, no curto prazo, esse número deve aumentar. No longo, entretanto, deve sumir.

“O bitcoin foi criado para não ter intermediário. E eu acredito fielmente que, quando o bitcoin se tornar uma moeda de troca corrente mundial, não haverá mais intermediário”, explica.

Como comprar ou vender via P2P?

Jéssica Lima, que também atua prestando serviços P2P,  diz que “para comprar ou vender, é só entrar em contato com o negociante P2P e fazer os requerimentos básicos.” 

Após isso, ela ressalta que a negociação é bem ágil. É feito um processo de KYC e “compliance”, e depois só precisa haver uma pré-negociação de preço para, em seguida, completar a operação de compra ou venda.

“Em 2020, eu atendi cerca de 250 a 400 clientes mensais. Acredito que a busca por P2P seja algo constante, tanto de clientes que já temos há vários anos, quanto de novas pessoas querendo uma forma mais fácil e menos complicada de adquirir ou vender suas criptomoedas”, comenta.

Qual é o lucro do vendedor ou comprador P2P? Existem taxas?

Kinczel diz que não existe taxa. “Existe demanda e oferta. Bitcoin não tem preço estabelecido pela caneta de um político. O preço é determinado literalmente pela demanda e oferta.”

E o lucro depende de muitas variáveis. “Se for volume, se não for, se for cliente recorrente, se não for, se for cliente final, se for intermediário, entre outros fatores.”

Como exemplo, ele diz que, se comprar 1 btc por R$ 210 mil e, em seguida, vendê-lo por por R$ 212 mil, embolsará um lucro de R$ 2 mil pela intermediação.

“Mas eu não chamo de taxa, porque o preço fica variando de acordo com a cotação do momento , e a minha cotação de compra fica variando dependendo do tipo de cliente: recorrente, compra única, volume, não volume, entre outros.”

Assim, para Kinczel, a  função do P2P é trazer liquidez para o mercado. 

“O cliente quer vender 1 cbtc? Coloco o dinheiro na conta dele em poucos segundos. Liquidez total. Ele quer receber 1 btc? Após recebimento, mando pronta entrega.”

Jéssica Lima diz que cada P2P trabalha com taxas diferentes, dada a variação de volume da operação. “Em algumas operações, compensa cobrar uma porcentagem, em outras não”, explica.

Ela diz que o lucro de um P2P gira em torno de 1 a 3% em cada negociação. “É bem variável, porque também assumimos o risco da volatilidade de preço do mercado.”

Comprar ou vender P2P é seguro?

Segundo Wanderson Castilho, especialista em investigação de criptomoedas pelo Blockchain Intelligence Group, ferramenta usada pelo FBI, o P2P pode ser um atrativo para fraudadores.

“Pela agilidade e facilidade das transações, fica extremamente atrativo para os usuários, contudo, sabemos que esses mesmos fatores são atrativos para os fraudadores também.”

O profissional aconselha conhecer muito bem a metodologia de transações P2P e sempre consultar profissionais para “não se tornar a próxima vítima.”

Como declarar P2P no Imposto de Renda?

Segundo Ana Paula Rabello, contadora especializada em criptoativos e autora do blog Declarando Bitcoin, caso a compra feita via P2P for abaixo de R$ 30 mil, não é preciso informar a IN1888. Na declaração, será preciso informar o CPF da pessoa que prestou o serviço P2P.

Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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