O recado esperado da Vale (VALE3) em Londres, segundo o Bradesco BBI
O Vale Day, evento da mineradora (VALE3) que será realizado nesta terça-feira (2) em Londres, deve detalhar os próximos passos operacionais e financeiros da companhia. O evento acontece após o anúncio de dividendos e em meio a uma valorização de 42% das ações em dólares no ano, acima dos 19% registrados pelos pares globais.
Na avaliação do Bradesco BBI, o evento tende a confirmar a disciplina financeira e a capacidade da Vale de elevar eficiência e reduzir custos.
Segundo o banco, em relatório assinado por Rafael Barcellos e Renato Chanes, a empresa deve apresentar o andamento das operações de minério de ferro em Vargem Grande e Capanema, a evolução dos projetos em Serra Sul e as ações adotadas para contornar restrições geotécnicas em Serra Norte.
Em metais básicos, o banco espera novos sinais sobre a expansão do cobre — especialmente nos projetos Carajás, Bacaba, Salobo e Cristalino — e sobre medidas para fortalecer a rentabilidade do níquel.
O BBI também projeta mais clareza sobre a alocação de capital após 2026, sobre a política de remuneração aos acionistas e sobre o cumprimento das obrigações relacionadas a Mariana e Brumadinho, além de avanços nas pautas de ESG, concessões ferroviárias e licenciamento.
O banco mantém visão construtiva para a ação, citando geração de caixa sólida mesmo em cenário de preços moderados e espaço para valorização adicional caso a execução supere as projeções.
De modo geral, analistas do mercado financeiro têm dito que a Vale demonstra flexibilidade operacional e capacidade de ajustar seu mix de produtos conforme o mercado, além de seguir bem posicionada para cumprir o guidance de produção de 2025.
Nos nove primeiros meses do ano, a Vale registrou lucro líquido de US$ 6,2 bilhões. No último dia 27, a companhia anunciou o pagamento de R$ 15,3 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio.