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Conta cripto de altos rendimentos da Ziglu terá adesão no Reino Unido?

09 abr 2021, 14:32 - atualizado em 09 abr 2021, 14:33
O Reino Unido é conhecido por impedir que novos produtos cheguem ao mercado para proteger seus investidores de possíveis fraudes, então será que Ziglu terá sucesso em sua conta de juros cripto? (Imagem: Ziglu)

A última vez em que uma empresa londrina chamou a atenção, ao apresentar uma conta cripto de alto rendimento, não durou muito.

Em 2020, a startup cripto Zeux espalhou propagandas por todo o metrô de Londres, sugerindo que poupadores que estavam “perdendo juros” em sua conta bancária poderiam começar a ganhar 5% se abrissem uma conta na Zeux.

Porém, a Autoridade de Conduta Financeira (FCA, na sigla em inglês), reguladora britânica, interveio e as propagandas sumiram rapidamente.

Agora, existe uma nova conta cripto de altos rendimentos no pedaço.

Em 8 de abril, a startup de carteira e cartão cripto Ziglu apresentou seu produto Bitcoin Boost, prometendo taxas percentuais e anuais de 5% para depósitos em bitcoin (BTC).

Segundo relatos, Zeux gerava rendimento ao converter libras esterlinas em criptomoedas e enviando-as ao WeCash em Pequim — novamente convertidas em fiduciárias e emprestadas a mutuários.

Com a conta Boost da Ziglu, clientes depositam bitcoin em vez de fiduciárias.

Segundo um comunicado de imprensa, usuários podem esperar que juros sobre o valor desse bitcoin seja calculado “a cada segundo” e que os juros serão acrescentados a seu saldo toda semana. Clientes podem comprar e vender bitcoin na conta instantaneamente, sem penalidades, segundo a Ziglu.

Para entender se uma taxa de juros — seja de 5% ou 20% — é justa, investidores devem entender qual nível de risco estão aceitando. Isso vale para empréstimos cripto assim como para plataformas tradicionais de ponto a ponto.

Como a empresa irá oferecer 5% de juros que gerem rendimentos o suficiente para apresentar essa taxa (enquanto, pensemos, gere um rendimento para si)? Quais proteções o investidor tem se algo der errado?

Mark Hipperson, fundador e CEO da empresa, contou ao The Block que Ziglu tem parceria com “grandes plataformas de empréstimos de criptomoedas” que emprestam o bitcoin depositado por usuários da Boost.

“Isso gera um retorno que, em seguida, é repassado a nossos clientes. Todos os nossos parceiros e seus mutuários estão sujeitos a auditoria rigorosa”, acrescentou ele.

O empréstimo com bitcoin se tornou cada vez mais popular nos últimos anos. BlockFi, a startup nova-iorquina e pioneira no empréstimo cripto, recentemente arrecadou US$ 350 milhões a uma avaliação de US$ 3 bilhões.

Porém, BlockFi é uma proposta diferente para clientes do varejo, pois a empresa empresta criptomoedas diretamente a instituições — como Fidelity, Susquehanna e Akuna Capital —, que as usam em oportunidades de arbitragem.

Ziglu não divulgou seus parceiros de empréstimo por “questões comerciais”, afirmou um porta-voz da startup ao The Block.

Quando perguntada por que clientes não simplesmente vão diretamente a essas plataformas de empréstimo não mencionadas, o porta-voz disse que as plataformas são “B2B [de empresa a empresa], ou seja, o cliente não teria acesso a elas sendo um investidor individual”.

Em termos de regulação, os clientes da Ziglu têm mais esclarecimento.

Ziglu é uma dentre apenas três empresas registradas com a FCA. Para serem registradas, empresas devem cumprir com regras antilavagem de dinheiro e antifinanciamento ao terrorismo, que entraram em vigor em janeiro de 2020.

Apenas empresas dessa lista poderão operar no Reino Unido até 9 de julho (o prazo limite original era 10 de janeiro, mas foi adiada no fim do ano passado após a reguladora ter recebido muitas solicitações).

A startup também tem permissão da FCA para emitir dinheiro eletrônico (“e-money”) e fornecer serviços de pagamento.

Ziglu foi lançada em junho de 2020 e arrecadou £ 11,4 milhões, principalmente de investidores privados e por meio da plataforma de financiamento privado Seedrs.

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