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Oi engata sexta sessão consecutiva no vermelho com receio do Cade; ações acumulam queda de 22,3%

26 jul 2021, 17:47 - atualizado em 26 jul 2021, 17:59
Oi OIBR3 OIBR4
Uma declaração de complexidade aumenta as chances de uma operação ser aprovada com restrições ou até rejeitada (Imagem: REUTERS/Sergio Moraes)

As ações da Oi (OIBR3;OIBR4) derraparam na sessão desta segunda-feira (26) após a superintendência-geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) declarar a venda de telefonia móvel para as rivais TIM (TIMS3), Vivo (VIVT4) e Claro, da América Móvil, complexa.

Com isso, os papéis preferenciais caíram 6,06%, a R$ 1,86, enquanto as ações ordinárias tiveram redução de 6,5%, a R$ 1,15. Essa é a sexta sessão consecutiva no vermelho.

As ações ordinárias da Oi acumulam queda de 22,30% desde que divulgou o seu plano de negócios na última segunda-feira (19).

Em comunicado divulgado em seu site, o Cade afirmou que sua superintendência decidiu declarar “o Ato de Concentração nº 08700.000726/2021-08 complexo, e determinar a realização das diligências indicadas”.

Uma declaração de complexidade aumenta as chances de uma operação ser aprovada com restrições ou até rejeitada.

Mas uma decisão final cabe ao colegiado do Cade.

O documento cita ainda que a superintendência da autarquia pode “se for o caso”, pedir ao tribunal administrativo do Cade uma extensão do prazo para análise do caso.

TIM, Telefônica Brasil e Claro venceram em dezembro passado o leilão para comprar, por 16,5 bilhões de reais, as operações de redes móveis da Oi, que pediu recuperação judicial em 2016, e está vendendo ativos para levantar fundos e pagar credores.

Segundo o advogado Ademir Pereira, sócio da Advocacia José Del Chiaro, que representa a Neo, associação de operadores independentes e regionais de telecomunicações, a declaração do Cade reconhece que se trata de uma operação muito questionável do ponto de vista concorrencial.

“A nota elenca múltiplos pontos que precisam ser melhor esclarecidos pelas requerentes”, afirmou Pereira, em nota.

Oi OIBR3
De acordo com a analista da Empiricus, Cristiane Fensterseifer, os investidores acharam que ia sobrar mais dinheiro decorrente da venda de ativos da Oi (Imagem: Divulgação/Oi)

Plano de negócios desagradou

A notícia se soma ao plano de negócios apresentando pela tele, que dessagrou o mercado.

O grande problema, segundo analistas consultados pelo Money Times, foi a alavancagem financeira, bem acima do que o mercado estava projetando, com uma dívida líquida sobre Ebitda de elevados 6,6 vezes da Nova Oi, sem a InfraCo.

De acordo com a analista da Empiricus, Cristiane Fensterseifer, os investidores acharam que ia sobrar mais dinheiro decorrente da venda de ativos da Oi.

“Isso quer dizer que a tele vai consumir quase todo pagamento da venda de ativos até 2024”, completa.

A visão é reforçada por André Querne, sócio da Rio Gestão de Recursos. Segundo ele, a estratégia de crescimento, que dependerá de pesados investimentos em dólar, irá queimar mais caixa do que o previsto.

“Os investidores estão ajustando no valor de mercado o nível de dívida futuro maior que o esperado e isso impactou o preço das ações”, argumenta.

Credit Suisse chegou a cortar o preço-alvo da Oi de R$ 1,80 para R$ 1,60, com recomendação neutra. Segundo o banco, há ricos na execução do plano. Além disso, o alto consumo do caixa também foi citado.

Com Reuters

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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