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Oi (OIBR3) vai acabar? Entenda o que acontece se Anatel cassar concessão

23 maio 2023, 21:24 - atualizado em 23 maio 2023, 21:28
Oi (OIBR3;OIBR4)
Em entrevista concedida ao Money Times em 2021, o CEO da Oi Rodrigo Abreu já reclamava da concessão (Imagem: Money Times/Renan Dantas)

A novela Oi (OIBR3), que parecia ter chegado ao fim, ganhou novos capítulos após a empresa entrar, novamente, em recuperação judicial.

Desde 2 de maio, quando a tele apresentou o pedido, novas notícias (nada animadoras) apareceram, entre elas o fato da Anatel ter aberto que pode, em um caso extremo, terminar com a cassação da sua concessão de telefonia fixa.

Segundo especialistas consultados pelo Money Times, porém, se caso a tele perder a concessão, isso não traria grande impacto para a empresa. Isso porque a telefonia fixa está em franca decadência.

“O grande serviço que a Oi presta é em banda larga e isso a infraestrutura já está na V.tal. Tem pouco impacto, obviamente para a Oi seria o último ativo que ela teria sobre sua gestão”, discorre Ari Lopes, gerente de telecom para américas da Omdia.

Por outro lado,  Eduardo Tude, presidente da consultoria Teleco, diz que dependendo dos termos, se livrar da concessão pode ser bom para Oi, pois é uma operação deficitária. “A Anatel teria de arrumar uma forma de manter o serviço para os consumidores”, coloca.

E de fato, em entrevista concedida ao Money Times em 2021, o CEO da Oi Rodrigo Abreu já reclamava dessa concessão.

“Queremos resolver a concessão de telefonia fixa, que ainda tem muitas obrigações e custos que já não fazem sentido. Possuímos obrigação de investir quase R$ 200 milhões em orelhão. E a receita de orelhão é literalmente zero”, disse na ocasião.

O especialista da Valor Investimentos Virgilio Lage pontua que perder a concessão deixaria a Oi mais longe de sair da recuperação judicial, porém.

O que resta à Oi?

Na sexta-feira (19), a empresa aprovou a sua recuperação judicial a venda de uma série de ativos. Entre eles está a venda de sua participação de 14,6% na V.tal, de fibra ótica.

Parte da companhia já foi vendida para o BTG Pactual. O ativo, inclusive, era apontado com a solução para a companhia gerar valor.

A empresa pretende levantar R$ 14,6 bilhões com a venda.

“Isso implica uma avaliação de cerca de R$ 100 bilhões para a unidade, que consideramos excessiva”, disse o banco em relatório assinado por Carlos Sequeira e equipe do BTG.

Outro ativo que a Oi espera vender em 2025 é o UPI ClientCo, que inclui clientes FTTH.

“A empresa pretende captar R$ 4,8 bilhões com a venda de 40% de participação, o que implica uma avaliação de R$ 12 bilhões para o ativo, também exagerada, a nosso ver”, afirmou o BTG.

Com essas vendas, restaria a Oi atuar como uma prestadora de serviços de banda larga, mas com uma estrutura societária diferente.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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