Internacional

OMC fica sem liderança com saída de Azevêdo

31 ago 2020, 8:57 - atualizado em 31 ago 2020, 9:25
Roberto Azevêdo
Azevêdo está se preparando para um novo emprego na PepsiCo, e oito candidatos disputam seu lugar (Imagem: Reuters/Denis Balibouse)

O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio, Roberto Azevêdo, sai de seu cargo nesta segunda-feira, deixando o já danificado órgão de vigilância global sem liderança à medida que enfrenta a maior crise em seus 25 anos de história.

À medida que a influência da OMC se esvai, as crescentes tensões internacionais e a volta do protecionismo durante uma desaceleração induzida pela Covid-19 — mais obviamente entre a China e o governo do presidente norte-americano, Donald Trump — tornam a reforma das regras de comércio global cada vez mais urgente.

“Este é de fato um novo — embora infelizmente não surpreendente — ponto baixo para a OMC”, disse Rohinton Medhora, presidente do Centro para Inovação em Governança Internacional. “A organização está sem direção há algum tempo, vários anos na verdade, e agora estará funcionalmente sem liderança.”

Em particular, o tribunal de apelações da OMC, que administra conflitos comerciais internacionais, foi paralisado após um bloqueio de Washington à nomeação de novos juízes.

Azevêdo está se preparando para um novo emprego na PepsiCo, e oito candidatos disputam seu lugar.

Em 1999, um vácuo de liderança de quatro meses na OMC foi amplamente visto como prejudicial, e diretrizes para evitar uma repetição dessa situação previam que os 164 membros escolhessem um substituto temporário entre quatro atuais vices. Mas a insistência de Washington em seu candidato impediu um acordo, deixando um vácuo que durará meses.

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