Setor Elétrico

ONS estima investimentos de R$ 60,7 bi em obras de transmissão de energia até 2027

02 jan 2023, 13:56 - atualizado em 02 jan 2023, 13:56
Energia Eletrica
Na análise regional, o ONS destacou que cinco Estados concentram cerca de 80% dos futuros investimentos: Bahia (13,6 bilhões de reais), Minas Gerais (13,1 bilhões), Maranhão (10,3 bilhões), Goiás (8,5 bilhões) e Piauí (4 bilhões) (Imagem: Pixabay/Silberfuchs)

A expansão do sistema elétrico brasileiro deverá demandar investimentos de 60,7 bilhões em obras para transmissão de energia no horizonte de 2023 a 2027, segundo estimativas do operador elétrico ONS divulgadas nesta segunda-feira.

Desse total, 55,7 bilhões são referentes a novas obras, que passam a ser necessárias diante do forte crescimento da geração eólica e solar fotovoltaica sobretudo no Nordeste e em Minas Gerais, exigindo escoamento de excedentes energéticos aos demais subsistemas do Sistema Interligado Nacional (SIN).

As obras indicadas no Plano da Operação Elétrica de Médio Prazo incluem a construção de cerca de 16 mil km de novas linhas de transmissão e 34 mil megavolt-ampères (MVA) de acréscimo de capacidade de transformação em subestações novas e existentes.

Esses empreendimentos representam um acréscimo da ordem de 10% na extensão das linhas de transmissão e de 9% na potência nominal instalada em transformadores da Rede Básica e da Rede Básica de Fronteira, em relação à rede existente.

Na análise regional, o ONS destacou que cinco Estados concentram cerca de 80% dos futuros investimentos: Bahia (13,6 bilhões de reais), Minas Gerais (13,1 bilhões), Maranhão (10,3 bilhões), Goiás (8,5 bilhões) e Piauí (4 bilhões).

Ainda no plano de médio prazo, o ONS estimou que a carga de energia elétrica no SIN chegará a 111 GW em 2027, um crescimento de 18% frente aos 94,1 GW registrados em 2022. Já a capacidade instalada da matriz elétrica brasileira deverá atingir 208,4 GW ao final de 2026, ante os 186 GW atuais.

O órgão também ressaltou a necessidade de resolver um gargalo criado pelo “boom” de projetos eólica e solar após a promulgação, em 2021, de uma lei que deu fim a subsídios às fontes renováveis.

Segundo o ONS, o grande volume de empreendimentos de geração que estão buscando conexão ao sistema de transmissão fez com que os critérios atuais não sejam mais adequados.

Diante disso, o ONS propôs uma “mudança de paradigma” que privilegie a lógica econômica, com a criação, por exemplo, de um leilão para seleção de projetos mais promissores e que efetivamente possam ser implementados.

A proposta está alinhada ao plano do Ministério de Minas e Energia da gestão de Jair Bolsoanro, que em 2022 lançou as bases para uma nova licitação com esse fim, prevendo os primeiros leilões para 2023.

Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.