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Orlando Telles: O maior evento do ecossistema da Ethereum no Brasil

24 mar 2022, 15:43 - atualizado em 25 mar 2022, 16:54
Ethereum Ether ETH
(Imagem: Unsplash/Executium)

*Por Orlando Telles

Na última semana, ocorreu a primeira edição do ETH Rio, o maior evento do ecossistema da Ethereum no Brasil.

O encontro contou com a presença de diversos nomes relevantes do mercado de cripto, como Alex Van de Sande, da ENS, Camila Russo, da Defiant, Solange, da Chainlink e a COO do The Sandbox, Katleen Evers.

Na primeira noite, participei de um jantar com os principais patrocinadores do evento, desenvolvedores e alguns Ventures Capitals no Brasil.

Acredito que a maior contribuição que percebi ao longo das conversas foi como o ecossistema de cripto brasileiro possui projetos relevantes, apesar de desconhecidos.

Tive a oportunidade de conversar com a principal scholarship de blockchain games do Brasil, além de embaixadores de projetos. A meu ver, ficou evidente que o ecossistema da América Latina tende a crescer de forma muito significativa nos próximos anos.

Os próximos passos para web 3.0: Dia 01 Ethereum Rio

No primeiro dia da Ethereum Rio, tivemos um grande foco na temática de Web 3.0, na parte de blockchain games e NFTs.

Entre os principais nomes que participaram do evento, destaco Alex Van de Sande, da Ethereum Name Serve, o principal serviço de domínio da ETH, além de membros da Brave, Livepeer e The Sandbox.

Algo que se tornou evidente foi o foco na necessidade de escalabilidade da Web 3.0. Nas duas palestras foi reforçado a importância de construir a infraestrutura necessária para compossibilidade de dados, escalabilidade de troca de informações e armazenamento de dados.

Web 3.0: Entenda como ela vai evoluir
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Também foi pontuado que sem esse processo fica inviável a criação de uma experiência de usuário tão significativa e como resultado serviços centralizados, a exemplo da Metamask e Brave, que acabam capturando boa parte dos usuários.

Outro movimento perceptível ao longo da conferência foi a quantidade de infraestrutura que está sendo criada para o mercado de games em blockchain, principalmente no desenvolvimento de equipes e fundos de investimentos em NFTs.

Tive a oportunidade de entrevistar Luiz Octávio, da DUX, que atualmente é a maior scholarship da América Latina. Entre os principais tópicos da conversa, ficou evidente como está sendo alterada a dinâmica dos jogos do mercado e o modelo de scholarship está passando por mudanças.

O futuro da ETH: Dia 02 Ethereum Rio

No segundo dia do encontro, o foco principal foi a parte de finanças descentralizadas (DeFi), escalabilidade da ETH e ecossistema da América Latina de empresas. Para mim, o destaque foi a última palestra do dia, de Skylar Weaver, que em minha visão foi a melhor do evento.

Skylar Weaver, membro da Ethereum Foundation, comentou sobre a visão que ele possui para o futuro da maior blockchain da atualidade.

Entre os principais pontos, foi comentado a importância do indivíduo ter a possibilidade de rodar o próprio node por questões de censura, a necessidade dos rollups como solução de escalabilidade da ETH e a visão de um mundo cross-rollups, ou seja, com comunicação entre as soluções de escalabilidade.

Após questionado sobre a compossibilidade, Weaver comentou que além dos modelos de cross-rollups, esse pode ser um dos principais gargalos de longo prazo da rede, em relação à busca de ser externamente acessível para validadores.

Nas palestras atreladas ao ecossistema da América Latina, foi comentado que nosso continente possui uma grande tendência para a penetração do mercado de criptoativos para o público em geral, em conjunto à tese de proteção contra a inflação e o risco político do país.

Ainda existem poucas soluções e esse é o motivo pelo qual o ecossistema de empresas de ativos digitais está chamando tanta atenção dos Ventures Capitals focados na América Latina.

Também tive a oportunidade de conversar com diversos desenvolvedores, entre eles destacam-se o desenvolvedor sênior da Harmony One, Boris Polania, e o principal desenvolvedor da Pods Finance, Robson Silva Junior.

Quando perguntei a eles sobre o que atrai um desenvolvedor para uma determinada blockchain, tornou-se evidente que boas documentações e uma boa estrutura são fatores essenciais, tanto para conseguir novos desenvolvedores, quanto para realizar a retenção.

Foco na usabilidade: Hackathon

Após o evento, ocorreu o Hackathon da Ethereum Rio – competição com diversos desenvolvedores para solucionar problemas do mercado de criptoativos. Participei junto com a equipe da Obvius Crypto.

Após três dias de trabalho, sem sair do local do Hackathon, o projeto em que fazia parte foi o campeão com uma solução de on-ramp em criptoativos integrada com o Pix, que permitia a compra de uma criptomoeda e o depósito em sua carteira em menos de 15 segundos.

Nesse momento, ficou claro para mim, que hoje comprar cripto é muito difícil e para termos um mercado mainstream precisamos ter o foco em UX e educação.

Além disso, outro efeito interessante foi que alguns fundos de Ventures Capitals entraram em contato comigo após o evento, o que deixou mais evidente que o mercado da América Latina de criptoativos está extremamente aquecido.

Acredito que é um dos melhores momentos da história para empreender neste ramo aqui no Brasil.

A história do mercado de criptoativos foi formada por perguntas difíceis e pessoas com muito capital intelectual e financeiro para buscar soluções. Acredito que se fosse resumir o ETH Rio em uma frase seria essa.

Nosso mercado ainda está em formação, com inúmeros gargalos e dúvidas sobre o futuro. Contudo, nunca esteve tão bem capitalizado e com pessoas tão capacitadas para evoluir e proporcionar valor.

O ETH Rio foi a melhor experiência da minha vida em relação ao mercado de criptoativos e mudou de forma significativa a forma de como encaro esse mercado.

*Orlando Telles é sócio-fundador e diretor de research da Mercurius Crypto, casa de pesquisa em criptoativos.

O especialista é responsável pela gestão de riscos e análises fundamentalistas dos principais projetos do mercado de criptomoedas da casa. Com especialidade em ciências atuariais, Telles produz, atualmente, análises e conteúdos distribuídos pelos maiores players de cripto do Brasil.

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Sócio-fundador e diretor de research da Mercurius Crypto
Orlando Telles é sócio-fundador e diretor de research da Mercurius Crypto, casa de pesquisa em criptoativos.
orlando.telles@moneytimes.com.br
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