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Os passos da Multiplan (MULT3) após fechar 2022 com marcas históricas

27 jan 2023, 16:18 - atualizado em 27 jan 2023, 16:18
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Multiplan alcançou números recordes no ano passado após atravessar a crise provocada pela pandemia de covid-19 (Foto: Flávya Pereira/Money Times)

A administradora de shoppings Multiplan (MULT3) traça os caminhos a percorrer em 2023 após fechar o ano passado com marcas históricas, conforme reportou em sua prévia operacional divulgada no início deste mês.

Com papai noel sendo generoso diante um Natal marcado por recordes, a Multiplan registrou vendas de R$ 20 bilhões somando os 20 shoppings de seu portfólio, com avanços de 37,1% ante 2021 e de 22,8% ante 2019, período pré-pandemia de covid-19. Segundo a empresa, o montante foi o maior da história.

Em entrevista ao Money Times, o vice-presidente de finanças e relações com investidores da Multiplan, Armando D’Almeida, ressalta que a empresa superou os efeitos da pandemia em outubro de 2021. “A recuperação para a gente veio muito rápida. Em 2022, a gente recuperou tudo, em todos os setores”, diz.

Alavancagem no menor nível em 10 anos

Com a pandemia sendo página virada para o setor, a administradora de shoppings recalcula a rota para seguir com números fortes nos próximos meses. Entre eles, a alavancagem financeira – medida pelo indicador dívida líquida/Ebitda -, que atingiu seu menor nível dos últimos dez anos ao fim de setembro do ano passado.

D’Almeida destaca que durante a pandemia, com shoppings fechados, a Multiplan não cobrou aluguel de lojistas por muitos meses, o que “esticou” a alavancagem da companhia, atingindo 3,4 vezes em setembro de 2021. 

“A retomada das operações, uma geração de caixa forte e margens altas reduziram a nossa alavancagem pela metade”, comenta. Ao fim do terceiro trimestre, o indicador chegou a 1,72 vez.

Digitalização e o cliente dentro do shopping

O comércio eletrônico avançou exponencialmente de 2020 para cá com efeitos da pandemia. A digitalização do varejo e do consumo consolidou-se e ter o cliente dentro do shopping virou desafio para o setor.

Entretanto, não parece ser uma pedra no sapato para a Multiplan. Principalmente, após as vendas na semana de Natal atingirem níveis recordes. O que refletiu em números históricos também no quarto trimestre do ano passado. 

Para o executivo, a tecnologia é vista por muitos como “um competidor”, enquanto ele vê como um instrumento poderoso.

“É fantástico ter opções. Isso permite crescer na estratégia. Antes, sonhávamos em atender um cliente que não poderia ir ao shopping. Hoje, a comida que ele compra por aplicativo muitas vezes sai de um shopping perto dele”, diz, destacando que a Multiplan vem investindo em tecnologia “muito antes da pandemia”.

“Vínhamos testando conceitos e ideias desde 2014. A nossa estratégia não foi vender produtos, e sim, criar um canal de interação com o consumidor, atendendo a sua jornada dentro do shopping”, explica.

Para D’Almeida, todos esses elementos resultam em uma visão “bem otimista” para o setor e para o varejo em 2023. Ano em que a companhia focará na expansão de shoppings, como o DiamondMall, em Belo Horizonte, após propor a compra de mais 24,95% de participação, e continuar com as obras do projeto Golden Lake, em Porto Alegre (RS). 

Tem presente para acionistas da Multiplan?

Mesmo que analistas que acompanham shoppings ponderem que os resultados deste ano podem ser impactados pela alta da taxa de juros, da inflação e pela economia mais enfraquecida, MULT3 é a ação queridinha do setor, visto a resiliência do segmento de alta renda às incertezas econômicas.

O executivo da Multiplan comenta que, em meio à forte geração nos últimos trimestres, o objetivo da companhia não é acumular caixa. Em relação a distribuição de proventos (dividendos ou juros sobre o capital próprio) aos acionistas, ele rechaça que depende dos recursos da empresa.

“Nossa ideia é investir, aumentar ABL [área bruta locável], ou retornar esse dinheiro ao acionista e elevar a remuneração, ou recomprar ações. Ou fazer os três”, ressalta, acrescentando que a Multiplan tem sido “híbrida”. Ou seja, retornando dinheiro para os acionistas sem deixar de crescer.

Repórter
Jornalista mineira com experiência em TV, rádio, agência de notícias e sites na cobertura de mercado financeiro, empresas, agronegócio e entretenimento. Antes do Money Times, passou pelo Valor Econômico, Agência CMA, Canal Rural, RIT TV e outros.
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