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Ouro renova recorde a US$ 4 mil por onça-troy e já acumula valorização de mais de 50% em 2025

08 out 2025, 16:40 - atualizado em 08 out 2025, 17:03
ouro
(Imagem: Freepik/Wirestock)

O ouro, considerado um dos ativos mais seguros do mundo, engatou a quarta alta consecutiva e renovou os recordes intradia e de fechamento nesta quarta-feira (8) em meio às incertezas na política e na economia global.

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O contrato mais líquido do ouro, com vencimento em dezembro, fechou com avanço de 1,65%, a US$ 4.070,50 por onça-troy na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), nos EUA. Esse é o novo maior nível nominal de fechamento do metal precioso.

Durante a sessão, o ouro também renovou a máxima histórica intradia ao atingir a cotação de US$ 4.081,00 por onça-troy.



No acumulado do ano, o ouro tem valorização de 54% — sendo um dos ativos com melhor desempenho desde janeiro. Em todo 2024, o metal precioso subiu 27%.

O que mexeu com o ouro?

A forte valorização do ouro, assim como de outros metais como a prata, foi impulsionada por uma combinação de fatores, incluindo expectativas de cortes nas taxas de juros dos Estados Unidos, crescente incerteza política e econômica, compras do metal precioso por bancos centrais, grandes entradas em ETFs e um dólar enfraquecido.

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A paralisação (shutdown) do governo norte-americano entrou no oitavo dia consecutivo. Ainda não há perspectiva de consenso entre os democratas e os republicanos no Congresso para um novo financiamento da máquina pública.

Até agora, o presidente norte-americano, Donald Trump, determinou o congelamento de US$ 26 bilhões para Estados com tendência democrata, cumprindo a ameaça de usar a paralisação para atingir as prioridades democratas.

shutdown, além de afetar o funcionamento de órgãos públicos, tem atrasado a divulgação dos dados cruciais sobre empregos, como o payroll — que estava previsto para a última sexta-feira (3).

Apesar disso, os investidores continuaram a apostar em um novo corte nos juros dos Estados Unidos pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA), em meio a novas declarações de dirigentes do BC.

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De acordo com a ferramenta FedWatch, do CME Group, o mercado vê 92,5% de chance de o Fed reduzir novamente os juros em 0,25 ponto percentual na próxima decisão, em 29 de outubro.

Na última decisão de política monetária, o Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) fez um corte de 0,25 ponto percentual nos juros, para a faixa de 4,00% a 4,25% ao ano, retomando o ciclo de afrouxamento monetário.

Na ata do Fomc, divulgada nesta quarta-feira (8), os dirigentes concordaram  que os riscos para o mercado de trabalho norte-americano aumentaram o suficiente para justificar um corte na taxa de juros, mas muitos permaneceram cautelosos com a inflação ainda acima da meta de 2%.

A Europa também segue como um ponto de atenção dos investidores — gerando maior aversão a risco e, assim, beneficiando o ouro.

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Na França, o presidente Emmanuel Macron, enfrenta uma pressão crescente para renunciar ou realizar uma eleição parlamentar antecipada para acabar com o caos político que forçou a renúncia de cinco primeiros-ministros em menos de dois anos.

O que esperar

Para o Bank of America (BofA), o rali do ouro nos últimos meses pode perder força daqui para frente.

“Agora, uma variedade de sinais e condições técnicas de múltiplos prazos alertam para o esgotamento da tendência de alta, à medida que o ouro se aproxima de US$ 4.000 por onça-troy. Se isso acontecer, uma consolidação ou correção pode ocorrer no quarto trimestre”, afirmou o estrategista técnico Paul Ciana, em relatório divulgado no início da semana.

Um dos sinais é o período estendido de valorização: o ouro subiu em sete semanas consecutivas até agora.

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Ciana também analisa que desde as mínimas de 2015, o ouro subiu cerca de 85% em 2020, corrigiu 15% em 2022 e, em seguida, subiu mais 130%. Para ele, o “boom” atual é menor do que os dois anteriores — ocorridos nas décadas de 1970 e 2000.

“Se este ciclo se correlacionasse mais com os booms anteriores, uma alta adicional nos próximos anos seria certamente possível. No entanto, a diminuição do tamanho percentual e as correções intermediárias (2020-2022 , 2007-2008, 1975-1976) coincidem . Isso justifica cautela em direção à resistência de número redondo em US$ 4.000″, afirma o estragista do BofA.

Na avaliação da TD Securities, o metal precioso parece estar em posição demasiadamente comprada e existe um risco de queda acentuada em “qualquer fator que ponha em risco o ritmo de afrouxamento monetário do Federal Reserve” (Fed, o Banco Central dos EUA).

Já Ray Dalio, fundador de um dos maiores fundos de hedge do mundo, afirmou ontem (7) que o momento atual é parecido com o vivenciado no inícios dos anos 1970, destacando que a commodity se destaca como uma proteção em tempos de desvalorização monetária e incerteza geopolítica.

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“O ouro é o único ativo que alguém pode possuir e você não precisa depender de outra pessoa para pagar por ele”, disse ele. Segundo Dalio, é recomendável ter até 15% do portfólio alocado no metal.

Além do ouro

A prata também atingiu um recorde na quarta-feira (8), seguindo a sequência recorde do ouro, com os investidores migrando para o metal.

A prata subiu 3,2%, para US$ 49,39 a onça-troy, após atingir sua máxima histórica de US$ 49,57. Esse foi o maior nível nominal de fechamento desde 1980.

No acumulado do ano, o metal já subiu 71%.

*Com informações de Reuters

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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