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PagSeguro (PAGS): Após rali, BTG deixa de recomendar compra e coroa Cielo (CIEL3) como favorita

07 abr 2022, 15:27 - atualizado em 07 abr 2022, 15:27
Mercado Pago PagSeguro Cielo Adquirencia
O valuation da PagSeguro continua atrativo, na avaliação do BTG, mas os resultados aquém do esperado colocam pressão (Imagem: REUTERS/Beawiharta)

O BTG Pactual (BPAC11) rebaixou a recomendação da PagSeguro (PAGS) para “neutra” e reduziu o preço-alvo da ação de US$ 27 para US$ 23 após rali dos últimos 30 dias, quando a companhia apresentou um salto de 50% no mercado de ações dos Estados Unidos.

Preocupações com a dinâmica econômica do segmento de cauda longa fizeram o banco adotar uma posição de cautela.

“Embora a gente veja os movimentos estratégicos da PagSeguro em banking (via PagBank) e sua ascensão em pequenas e médias empresas como positivos, e até agora bem sucedidos, tememos que a economia no seu segmento core, de adquirência de cauda longa, está ganhando cada vez mais característica de um oceano vermelho”, afirmam Eduardo Rosman, Thiago Paura e Ricardo Buchpiguel, analistas responsáveis pelo relatório desta quarta-feira (6).

Na época da pandemia, os papéis da PagSeguro apareceram como uma boa opção defensiva, considerando a estrutura de custos mais asset light e variada e sua maior exposição ao segmento de cauda longa/informal.

O BTG chama atenção para o aumento do custo de aquisição de clientes (CAC, na sigla em inglês), além da dificuldade da companhia de reprecificar micro clientes. Segundo o banco, o Pix, sistema de pagamentos instantâneos criado pelo Banco Central, parece estar “engolindo” os volumes de cartão para esse nicho antes do esperado.

“Conforme o Pix expande suas funcionalidades e melhora o UX (experiência do usuário), a tendência natural é que isso continue roubando participação de outros meios de pagamento, potencialmente reduzindo a receita para adquirentes, especialmente aqueles focando em cauda longo, que é o caso da PagSeguro”, dizem os analistas.

A competição no segmento de cauda longa aumentou, colocando mais pressão sobre as operações da PagSeguro. As adições líquidas da companhia caíram de 1,7 milhão em 2020 para 700 mil em 2021, destaca o BTG.

“Na verdade, as adições líquidas da PagSeguro no nível de adquirência foram perto de zero no último trimestre”, lembra o banco.

Valuation

O valuation continua atrativo, na avaliação do BTG, ainda mais se assumir o tamanho do crescimento das receitas nos últimos anos e a opcionalidade do PagBank. Porém, os resultados têm vindo abaixo das expectativas.

Parte do desempenho aquém do esperado vem pela alta da taxa de juros no Brasil, enquanto a parte do capex (investimentos), totalmente à mercê da empresa, tem pressionado o lucro, afirma o BTG.

Para os analistas, valuations de empresas como PagSeguro e Stone ainda precificam o potencial de ir além de pagamentos.

Entre os nomes do setor, o BTG tem Cielo (CIEL3) como nome favorito.

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Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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