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Pague Menos: compra da Extrafarma pode acrescentar até R$ 3,50 nas ações, apontam analistas

18 maio 2021, 20:06 - atualizado em 18 maio 2021, 20:06
Extrafarma
Segundo cálculos da Ágora, a aquisição criará uma sinergia de R$ 150 milhões e R$ 250 milhões nos próximos três anos (Imagem: Extrafarma/Facebook)

A compra da Extrafarma, rede de farmácias da Ultrapar (UGPA3), pela Pague Menos (PGMN3) mexeu com os ânimos dos mercados nesta terça-feira (18): as ações da rede dispararam 9,59%, a R$ 11,77, após a notícia.

A expectativa é que o negócio seja bom para os dois lados, já que o desempenho da Extrafarma vem decepcionando, enquanto a compra pode reforçar a estrutura da Pague Menos e diminuir a diferença no número de lojas em relação à RaiaDrogasil (RADL3), que atualmente tem 2.319 lojas. Pague Menos e Extrafarma teriam 1.503 unidades juntas.

“A aquisição parece interessante para a Pague Menos, porém, levando em consideração que as duas têm alta exposição ao Nordeste, esperamos um reequilíbrio do posicionamento das duas marcas, o que pode significar o fechamento de lojas para não haver canibalização entre as marca”, apontam os analistas Fred Mendes e José Cataldo, da Ágora Investimentos.

Pelos termos do acordo, a Pague Menos pagará cerca de R$ 300 milhões quando o negócio for aprovado pelo Cade (Conselho de Administração e Defesa Econômica).

O valor restante será pago nos próximos dois anos, totalizando R$ 700 milhões.

Segundo cálculos da Ágora, a aquisição criará uma sinergia de R$ 150 milhões e R$ 250 milhões nos próximos três anos para o Ebitda da Pague Menos.

“Em termos financeiros, levando-se em conta que a Pague Menos pagou cerca de R$ 1,5 milhão por loja, pareceu um preço interessante sabendo que a abertura de uma nova loja varia de R$ 1 milhão a R$ 2 milhões”, argumentaram.

Já a XP Investimentos prevê que a compra poderá adicionar até R$ 3,5 por ação, assumindo que a companhia capture o topo da estimativa de sinergias.

Na visão dos analistas Danniela Eiger, Thiago Suedt e Gustavo Senday, que assinam o relatório da corretora, o negócio é positivo para a Pague Menos pois fortalece o seu público alvo e protege a companhia de um potencial competidor entrando no seu mercado e prejudicando seus resultados.

“Nós vemos a Pague Menos como muito melhor posicionada para liderar a reestruturação da Extrafarma do que a Ultrapar dada a sua experiência no setor, público alvo e regiões”, afirmaram.

Ultragaz, Ultrapar
Para a Ultrapar, a venda da Extrafarma também é positiva, avalia o analista Pedro Serra, da Ativa Investimentos(Imagem: YouTube/Grupo Ultra)

Riscos

Há alguns riscos que precisam ser levados em conta, como a perda de foco na sua reestruturação da Pague Menos dado que o processo da Extrafarma tomaria tempo e foco para ser entregue.

“Porém, isso poderia ser mitigado pelo fato de que os dois ativos possuem o mesmo posicionamento e estratégia e, portanto, as iniciativas seriam apenas extrapoladas para a Extrafarma”, argumentam.

Outro entrave diz respeito a uma possível negativa do Cade, pois as duas companhias possuem uma forte sobreposição das suas operações.

“O Cade poderia recomendar alguns remédios regionais, apesar de acreditarmos que ele não vetaria a operação porque as duas companhias somadas ainda ficariam atrás da Raia Drogasil”, completam.

Outro lado da moeda

Para a Ultrapar, a venda da Extrafarma também é positiva, avalia o analista Pedro Serra, da Ativa Investimentos.

“A companhia cessará uma atividade onde vinha perdendo valor ao longo dos últimos anos e utilizará os recursos em sua reorganização de modo a operar o mercado de óleo e gás de forma dedicada”, argumenta.

A empresa decidiu vender a Extrafarma como parte de uma reorganização de seu portfólio, e se concentrar no setor de óleo e gás.

O grupo tem negociação exclusiva com a Petrobras (PETR3;PETR4) para comprar a refinaria Refap, no Rio Grande do Sul.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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