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Pandemia deixou famílias britânicas US$ 1,2 trilhão mais ricas

19 set 2021, 16:32 - atualizado em 17 set 2021, 16:44
Reino Unido
O país registrou o maior número de mortos da Europa Ocidental na pandemia e enfrentou a recessão mais profunda entre as economias do Grupo dos Sete

Sam Walkinshaw estava há apenas alguns meses no novo emprego como piloto quando o coronavírus paralisou os voos no ano passado. Desde então, ela sobrevive com o programa de licença do governo, que está perto do fim.

Como centenas de milhares de outros britânicos, não está claro o que acontecerá depois que a ajuda acabar. Ela sabe que a indústria da aviação é vulnerável a cortes. Mas a crise causada pela Covid-19 teve um lado positivo: o valor crescente de seu imóvel.

A pandemia resultou em um paradoxo no Reino Unido: o pior período para a saúde pública, segurança no emprego e economia se transformou na melhor fase para a criação de riqueza, desde que os ativos sejam mantidos.

O país registrou o maior número de mortos da Europa Ocidental na pandemia e enfrentou a recessão mais profunda entre as economias do Grupo dos Sete.

No entanto, o patrimônio total das famílias aumentou em cerca de 890 bilhões de libras (US$ 1,2 trilhão) desde o início da pandemia, ou 6%, de acordo com análise dos dados do Escritório Nacional de Estatísticas e YouGov pela Resolution Foundation.

Grande parte da valorização veio da expansão recorde do setor imobiliário no Reino Unido, o que elevou o valor dos ativos do cidadão médio britânico em uma extensão não vista em qualquer recessão desde a década de 1950.

Com os preços dos ativos inflados e os juros em mínimas históricas, a disparidade entre o estrago financeiro entre segmentos da população e a rápida acumulação de riqueza entre outros não é exclusiva do Reino Unido.

O patrimônio global por adulto aumentou para um recorde de US$ 80 mil, de acordo com relatório do Credit Suisse em junho.

No entanto, o Reino Unido está em uma conjuntura política e social que se destaca depois de deixar a União Europeia. A principal política do governo é impulsionar regiões e resultados econômicos.

Os preços dos imóveis voltaram a subir em agosto, segundo relatório de 7 de setembro. Os catalisadores têm sido as baixas taxas de juros, a escassez de oferta, a economia acumulada durante os lockdowns e a demanda por imóveis mais distantes das grandes cidades em lugares como Cotswolds, onde Walkinshaw mora.

Walkinshaw, de 49 anos, escolheu sua casa no sudoeste da Inglaterra devido à localização rural e acessibilidade ao aeroporto de onde voava.

O valor do imóvel aumentou 30% desde a compra há cinco anos, boa parte disso nos últimos 18 meses. Agora, vale cerca de 350 mil libras. Mesmo se tiver que vendê-lo, teria cerca de 75 mil libras de lucro para depositar no banco.

O patrimônio das famílias aumentou em mais de 50 mil libras, em média, para as mais ricas, de acordo com a Resolution Foundation.

Os preços dos imóveis subiram até 13%, e os investimentos em pensões foram impulsionados pelos ganhos do mercado acionário. Para os 30% mais pobres, essa média aumentou em apenas 86 libras por adulto. Em comparação, o valor dos imóveis caiu 15% na esteira da crise financeira global de 2008, e o patrimônio das famílias se estagnou.

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