Economia

Pandemia e isolamento social derrubam PIB do Brasil em 1,5% no 1° trimestre de 2020

29 maio 2020, 9:34 - atualizado em 29 maio 2020, 9:34
Quarentena
A queda do PIB interrompe a sequência de quatro trimestres positivos e marca o menor resultado desde o segundo trimestre de 2015 (Imagem: Fernanda Carvalho/Fotos Publicas)

O Produto Interno Bruto (PIB) nacional caiu 1,5% no primeiro trimestre de 2020, na comparação com o último trimestre do ano anterior, afetado pela pandemia do novo coronavírus e o distanciamento social. Em valores correntes, o PIB, que é soma dos bens e serviços produzidos no Brasil, chegou a R$ 1,803 trilhão.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Os dados são do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais divulgado hoje (29) pelo IBGE. Em relação ao primeiro trimestre do ano passado, a economia recuou 0,3%.

A queda do PIB interrompe a sequência de quatro trimestres positivos e marca o menor resultado desde o segundo trimestre de 2015 (-2,1%). Com isso, o PIB está em patamar semelhante ao que se encontrava no segundo trimestre de 2012.

De acordo com a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, a retração da economia foi causada, principalmente, pelo recuo de 1,6% nos serviços, setor que representa 74% do PIB. A indústria também caiu (-1,4%), enquanto a agropecuária cresceu (0,6%).

“Aconteceu no Brasil o mesmo que ocorreu em outros países afetados pela pandemia, que foi o recuo nos serviços direcionados às famílias devido ao fechamento dos estabelecimentos. Bens duráveis, veículos, vestuário, salões de beleza, academia, alojamento, alimentação sofreram bastante com o isolamento social”, explica.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Nos serviços, destaque para os resultados negativos em outros serviços (-4,6%), transporte, armazenagem e correio (-2,4%), informação e comunicação (-1,9%), comércio (-0,8%), administração, saúde e educação pública (-0,5%), intermediação financeira e seguros (-0,1%). A única variação positiva veio das atividades imobiliárias (0,4%).

Já nas atividades industriais, a queda foi puxada pelo setor extrativo (-3,2%), mas também apresentaram taxas negativas a construção (-2,4%), as indústrias de transformação (-1,4%) e a atividade de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (-0,1%).

“A construção civil está puxando sempre para baixo a parte da infraestrutura. O mercado imobiliário até que tem se recuperado, mas com o distanciamento social, em março, ficou um pouco prejudicado. Tanto que teve queda na ocupação no trimestre e também na fabricação dos principais insumos para a construção”, comenta.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Consumo das famílias tem a queda mais intensa desde 2001

Os efeitos da pandemia também influenciaram a queda de 2% no consumo das famílias. “Foi o maior recuo desde a crise de energia elétrica em 2001”, diz Rebeca, acrescentando que o consumo das famílias pesa 65% do PIB.

O consumo do governo federal ficou praticamente estável (0,2%) no primeiro trimestre deste ano, mesmo patamar do último trimestre de 2019.

Os investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo), por outro lado, cresceram 3,1%, puxados pela importação líquida de máquinas e equipamentos pelo setor de petróleo e gás. A produção nacional de máquinas e equipamentos e a construção caíram, observa Rebeca.

Exportações Comércio Contêiner
A balança comercial brasileira teve uma queda de 0,9% nas exportações de bens e serviços (Imagem: Unspalsh/@tobbes_rd)

Já a balança comercial brasileira teve uma queda de 0,9% nas exportações de bens e serviços, enquanto as importações de bens e serviços cresceram 2,8%.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“As exportações foram bastante prejudicadas pela demanda internacional. Um dos países muito importantes para a gente que tem afetado nossas exportações é a Argentina. E a China também, que no primeiro trimestre foi o primeiro país a fechar as fronteiras. Então as nossas exportações foram bastante afetadas”, encerra Rebeca.

(Com IBGE Notícias)

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Compartilhar

WhatsAppTwitterLinkedinFacebookTelegram
Repórter
Repórter de renda fixa do Money Times e Editor de agronegócio do Agro Times desde 2019. Antes foi Apurador de notícias e Pauteiro na Rede TV! Formado em Jornalismo pela Universidade Paulista (UNIP) e em English for Journalism pela University of Pennsylvania. Motivado por novos desafios e notícias que gerem valor para todos.
lucas.simoes@moneytimes.com.br
Linkedin Instagram Site
Repórter de renda fixa do Money Times e Editor de agronegócio do Agro Times desde 2019. Antes foi Apurador de notícias e Pauteiro na Rede TV! Formado em Jornalismo pela Universidade Paulista (UNIP) e em English for Journalism pela University of Pennsylvania. Motivado por novos desafios e notícias que gerem valor para todos.
Linkedin Instagram Site
As melhores ideias de investimento

Receba gratuitamente as recomendações da equipe de análise do BTG Pactual – toda semana, com curadoria do Money Picks

OBS: Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar