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As três varejistas mais expostas às enchentes no Rio Grande do Sul; veja o impacto e o que fazer com as ações

05 jun 2024, 10:57 - atualizado em 05 jun 2024, 10:28
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Panvel, Carrefour e Renner são as varejistas mais expostas às enchentes no Rio Grande do Sul (Imagem: Money Times/ Márcio Juliboni)

A Panvel (PNVL3), o Carrefour (CRFB3) e a Renner (LREN3) são as varejistas mais expostas às enchentes no Rio Grande do Sul, segundo a análise da Genial Investimentos em um espaço amostral que contempla as treze varejistas cobertas pela casa.

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As três empresas, no entanto, observam dinâmicas diferentes. O topline daquelas que comercializam produtos de primeira necessidade — Carrefour e Panvel — deve se beneficiar do aumento de volume de compras, em um primeiro momento, apesar de uma perda de inclinação na rentabilidade.

“Acreditamos que o bolso do consumidor estará comprometido com as compras de produtos de primeira necessidade – o que deve suavizar o impacto em empresas como a Panvel e o Carrefour”, dizem Iago Souza e Nina Mirazon.

Por outro lado, os analistas avaliam que as companhias de consumo discricionário, como a Renner, devem observar maior compressão de demanda, a qual deve ser mantida por mais tempo.

Apesar disso, as ações das três companhias — PNVL, CRFB3 e LREN3 — seguem com recomendação de compra pela Genial e alvos em R$ 16, R$ 13,50 e R$ 20, respectivamente.

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(Imagem: Reprodução/Genial Investimentos)

Impacto esperado para a Panvel

Apesar da forte concentração de receita da Panvel no Estado gaúcho — cerca de 67% das vendas –, os analistas da Genial acreditam que, por comercializar medicamentos e serviços farmacêuticos, o impacto deve vir mais na linha de margem operacional do que no faturamento bruto.

“Na hipótese onde o volume bruto de vendas dos outros três estados permaneça inalterado, em termos financeiros, isso poderia implicar em um crescimento de 12,8% no faturamento da Panvel ao longo do segundo trimestre. O número consolidaria um trimestre com um crescimento abaixo do histórico registrado pelo grupo”, dizem.

Souza e Mirazon acreditam que quatro pontos devem impactar o lucro operacional da companhia:

  1. faturamento do atacado deve reduzir drasticamente. “Com a paralisação da operação de atacado, acreditamos que a margem bruta consolidada do grupo deve sofrer um impulso positivo, uma vez que a rentabilidade desse canal girava em um patamar inferior ao consolidado pelo grupo”;
  2. crescimento de venda dos itens de higiene deve ajudar a defender a rentabilidade bruta;
  3. maiores despesas com vendas, devido à antecipação do 13º salário para colaboradores e maiores gastos com logística. “Somando a isso a menor alavancagem operacional, entendemos que este fator deve pressionar a margem Ebitda”;
  4. Panvel deva apresentar uma baixa de ativos relacionado à perda de estoque nas 18 lojas temporariamente fechadas, apesar da maioria possuir apólice de seguro.

“Apesar de impactar financeiramente a companhia no curto prazo, entendemos que se abre uma considerável ‘janela de oportunidade’ para maior consolidação do setor no estado, dado o fechamento de lojas de independentes/associados, devolvendo pontos comerciais ‘interessantes’ para a Panvel aumentar a sua expansão”, dizem.

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Carrefour também deve ver baque nas vendas

Das 99 unidades do Carrefour localizadas no Rio Grande do Sul — que possuem apólices de seguro –, cerca de sete precisaram ser temporariamente fechadas. “Analisando o impacto para o topline, essas lojas fechadas representam 1,0% das vendas brutas totais do grupo”, afirmam os analistas.

Souza e Mirazon acreditam, no entanto, que o Carrefour deve apresentar um trimestre de maior alavancagem operacional, com destaque para o aumento de volume bruto de mercadorias, mais do que compensando a variável preço.

“O nosso cenário-base é que as lojas permaneçam fechadas por 21 dias, implicando um aumento de 25% no fluxo para as outras lojas do RS. Isso implicaria em um crescimento de 4,2% na receita bruta do grupo, em relação ao mesmo período de 2023”, avaliam.

Em termos financeiros, o crescimento anual de 4,2% de receita bruta traria uma aceleração sequencial de vendas – uma vez que o 1º trimestre consolidou um crescimento de 2,5% na mesma linha.

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E a Renner?

Diferente da dinâmica acometida à Panvel e ao Carrefour, no primeiro momento, a natureza não essencial de consumo do setor de vestuário deve trazer o maior impacto financeiro.

“Entendemos que o impacto não deve vir tanto de baixa de ativos (relativo às perdas de estoques) e/ou maior Capex de reforma de lojas, mas sim de uma desaceleração de vendas e maiores despesas operacionais, o qual poderá dar um duplo golpe na margem Ebitda e lucro”, afirmam os analistas.

No momento mais crítico da situação, cerca de 27 lojas da Renner — 4% do parque total — chegaram a ficar fechadas, dado a falta de acessibilidade até o local. Atualmente, cerca de 7 unidades — 1% do parque — ainda continuam fechadas.

“Com um fechamento das unidades por 21 dias, isso poderia implicar em uma redução anual de 4,9% na receita líquida total do varejo neste trimestre”, estimam.

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Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.
giovana.leal@moneytimes.com.br
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Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.
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