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Para crescer de tamanho no comércio online, Via vai ter que se esforçar mais que os pares

28 abr 2021, 11:29 - atualizado em 28 abr 2021, 16:03
Casas Bahia, Via Varejo VVAR3
A Via tem uma vantagem competitiva que talvez seja ignorada pelos investidores: o crédito (Imagem: YouTube/Casas Bahia)

A Via (VVAR3) adotou uma abordagem agressiva de ganhar participação de mercado de pelo menos 20% até 2025 no comércio eletrônico. A tarefa não é simples. Segundo a Ágora Investimentos, para crescer de tamanho, a companhia precisará se esforçar mais que seus pares.

No dia do Investor Day da varejista, a corretora destacou que os principais players do segmento online, como Mercado Livre e Magazine Luiza (MGLU3), tiveram que investir pesado para alcançar a posição que detêm atualmente no mercado.

“Em termos de participação de mercado, existe precedente para um aumento tão grande (pelo menos 10 pontos percentuais em cinco anos), com Meli tendo conseguido isso em dois anos (2015-17) e Magalu alcançando isso em três anos (2017-20)”, comentaram os analistas Richard Cathcart e Flavia Meireles. “Ambas as empresas tiveram de fazer investimentos significativos para conseguir esta marca – o lançamento do frete grátis no caso de Meli e uma contração de cinco pontos da margem Ebitda no caso de Magalu”.

A Ágora também mencionou que o mercado de e-commerce está mais competitivo e consolidado, diferente da época em que Mercado Livre e Magazine Luiza conseguiram ampliar a atuação, e por isso a Via vai enfrentar uma tarefa mais difícil.

Ainda assim, a corretora acredita que a Via é mais do que capaz de entregar resultados.

“Concordamos que a empresa se transformou em menos de dois anos (desde que a nova gestão assumiu em meados de 2019) e agora é totalmente capaz de competir com Meli, Magazine e B2W (BTOW3)”, afirmaram Cathcart e Meireles. “A Via é agora uma forte concorrente, enquanto que há apenas 18 meses atrás estava bem atrasada”.

Vantagem competitiva

A Ágora acredita que a Via tem uma vantagem competitiva que talvez seja ignorada pelos investidores: o crédito. Não é de hoje que a companhia oferece crédito direto ao consumidor. Os analistas pontuaram a experiência da varejista nesse quesito, bem como os benefícios para seus negócios.

“A combinação de experiência e controle geral dos serviços financeiros coloca a Via em uma posição mais forte do que seus pares para oferecer crédito, em nossa opinião”, destacaram.

Logística

Via Varejo Extra VVAR3
As iniciativas nos canais logísticos são cruciais e devem reforçar a posição competitiva da Via (Imagem: Divulgação/Via Varejo)

A construção de uma forte rede de logística assegura uma boa posição para a Via no cenário de maior competição do varejo. A empresa, que já entrega produtos via serviços de entrega mais rápidos, ainda tem melhorias para implementar em 2021.

Para o Safra, que também participou do Investor Day, as iniciativas nos canais logísticos são cruciais e devem reforçar a posição competitiva da Via, além de sustentar o crescimento do GMV da companhia no futuro.

A instituição vê com bons olhos a estratégia assertiva da Via, bem como seus esforços de recuperar participação no varejo online. Apesar da falta de gatilhos para a ação no curto prazo, o Safra acredita que Via está comprometida com a sua estratégia de transformação digital. Por isso, os analistas reiteraram a recomendação de outperform (desempenho esperado acima da média do mercado), com preço-alvo de R$ 27.

A XP Investimentos, vendo que o cenário competitivo está bastante desafiador para a Via, manteve recomendação neutra e preço-alvo de 20 ao papel.

A Ágora também seguiu com recomendação neutra para a empresa. A corretora tem preferência por empresas de menor porte no e-commerce, como Enjoei (ENJU3) e Mobly (MBLY3) – recomendações de compra e preços-alvo de, respectivamente, R$ 23 e R$ 30.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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