Economia

Para inflação ficar na meta, Selic precisa ir a 14%, diz Sérgio Vale, da MB Associados 

08 dez 2021, 20:39 - atualizado em 08 dez 2021, 21:05
Banco Central
Selic: Inflação só deverá voltar à meta do Governo em 2023 (REUTERS/ Ueslei Marcelino)

Dificilmente o Banco Central vai conseguir manter a inflação dentro da meta do Governo em 2022, que está em 3,5 ponto percentual, prevê Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados, em entrevista ao Money Times

“Para estar dentro da meta, a Selic precisa chegar a 14%, e não me parece que seja o caso agora. O Banco Central vai fazer algo mais espaçado no tempo, não trazer só a inflação. Isso, talvez, só em 2023, sabendo que a batalha no ano que vem já está, de certa forma, perdida”, afirma. 

A MB Associados trabalha com uma expectativa de Selic em 11,75%, o que traria a inflação para 4,7 pontos.

Mais cedo, o Banco Central elevou a Selic em 1,5 ponto percentual, a 9,25%.

“Veio bem dentro das expectativas. Estamos trabalhando com um cenário de mais uma alta de 1,5 para a próxima reunião. O BC confirmou isso”, afirma o economista. 

Em comunicado, o BC também indicou que agora passará a trabalhar para ancorar as expectativas de inflação em torno da meta, e não mais no alvo central definido pelo governo.

Segundo Gustavo Cruz, economista e estrategista da RB Investimentos, cresce entre economistas e o mercado o consenso de que é necessário o Banco Central diminuir o ritmo de elevação.

“O mercado já começa a precificar que talvez não seja 1,5 na reunião de fevereiro, sem penalizar e fazer uma explosão no prêmio de risco. Ou seja, estão dando as condições para que o Banco Central chegue na reunião de fevereiro com menos propensão a elevar a taxa”, argumenta. 

Com a investida, o BC fecha 2021 com a Selic 7,25 pontos acima da mínima histórica de 2%, nível atingido em meio à pandemia e que vigorou até março, numa tentativa de recolocar a inflação nos trilhos em meio ao galopante avanço de preços na economia.

Com Reuters

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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