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Paralisação de alto-forno é a melhor opção para a CSN no momento, dizem analistas

01 jun 2020, 8:04 - atualizado em 01 jun 2020, 14:36
Bobinas de aço da CSN
Com as atividades do Alto-Forno 2 paralisadas, a companhia deve mostrar melhoras nos custos de caixa para o segmento de aço (Imagem: Divulgação/CSN)

A paralisação temporária do alto-forno 2 pela CSN (CSNA3) já era um evento esperado entre os analistas do BTG Pactual (BPAC11) e do Credit Suisse.

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“Depois que Gerdau (GGBR4), Usiminas (USIM5) e ArcelorMittal anunciaram ao longo dos últimos dois meses o fechamento de suas unidades de alto-forno, era apenas uma questão de tempo até que a CSN tomasse a decisão de fazer a mesma coisa”, afirmaram Caio Ribeiro e Gabriel Galvão, em relatório enviado aos clientes ontem (31).

Um aspecto positivo destacado pelo banco é que os custos de produção do alto-forno 2 são 10% maiores do que os do alto-forno 3. Com as atividades paralisadas, a companhia deve mostrar melhoras nos custos de caixa para o segmento de aço, amenizando o impacto das entregas mais fracas, da menor diluição do custo fixo e dos custos incorporados de desligamento.

“Ao mesmo tempo, o fechamento da unidade deve permitir que a CSN despache mais minério de ferro e tire vantagem da alta dos preços da commodity, que subiram acima de US$ 100 a tonelada”, complementaram Ribeiro e Galvão.

Para o BTG, a capacidade online restante será mais do que o suficiente para atender às necessidades de demanda atuais.

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“Antecipamos essa decisão algumas semanas atrás e continuamos enxergando como a melhor opção para o momento em termos de custos e produtividade”, comentaram Leonardo Correa e Caio Greiner, do time de análise do banco.

Recomendação neutra

O Credit e o BTG mantiveram recomendação neutra para os papéis da CSN, com preços-alvos de, respectivamente, R$ 7 e R$ 10.

Além da recuperação lenta e gradual esperada para a economia brasileira, o Credit reiterou cautela por acreditar que os preços de minério de ferro devem perder força e a demanda permanecerá fraca no segundo semestre.

O BTG chamou atenção para o ritmo de desalavancagem da companhia, que tem desapontado nos últimos trimestres e permanece incerto.

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Resultados ruins

A siderúrgica obteve um prejuízo abaixo do esperado pelo mercado para o primeiro trimestre, embora o resultado tenha mostrado quedas nas vendas de aço e minério de ferro na comparação anual, impactadas pelos efeitos da pandemia de coronavírus.

A companhia teve prejuízo líquido de R$ 1,3 bilhão ante lucro de 87 milhões em igual etapa de 2019. Analistas, em média, esperavam prejuízo de 2,8 bilhões de reais, segundo dados da Refinitiv.

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Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
diana.cheng@moneytimes.com.br
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.