Economia

Pedidos de auxílio-desemprego crescem 11% em março

28 abr 2020, 14:20 - atualizado em 28 abr 2020, 14:20
Indústria Emprego
Segundo o Ministério da Economia, as empresas têm enfrentado dificuldades no repasse dos dados (Imagem: Olimpíada do Conhecimento 2019/Vinicius Magalhaes/Direitos Reservados)

Dados divulgados pelo Ministério da Economia nesta terça-feira mostram que os pedidos de seguro-desemprego no país aumentaram 11,1% em março em relação a fevereiro e tiveram novo salto de 13,8% na primeira quinzena de abril sobre o mesmo período de março, em meio às dificuldades econômicas criadas pela pandemia do Covid-19.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O aumento da demanda pelo seguro é na prática maior porque, diante do fechamento dos postos de atendimento presencial aos desempregados por causa das medidas de isolamento social, o governo estima que houve um represamento de até 200 mil pedidos no período.

Ainda assim, o secretário especial de Previdência e Emprego, Bruno Bianco, destacou em entrevista coletiva que, no acumulado do ano, os números por ora mostram queda dos pedidos de seguro frente a 2019, de 8,7% até a primeira quinzena de abril.

“Estamos conseguindo fazer com os que os empregos sejam preservados”, afirmou Bianco, ponderando que o crescimento da demanda pelo auxílio-desemprego não seria elevado considerando a dimensão da crise econômica gerada pelo coronavírus em todo o mundo.

Considerando na conta também os pedidos de seguro-desemprego represados, contudo, a estimativa do governo é que os requerimentos ficarão cerca de 150 mil acima de 2019 no período de março e primeira quinzena de abril.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“É claro que é um momento difícil, a economia toda do Brasil vai sofrer, é natural que haja uma perda ainda considerável de empregos nos próximos meses”, disse o secretário de Trabalho, Bruno Dalcolmo, acrescentando que iniciativas tomadas pelo governo estão oferecendo um “colchão de amortecimento” à população em dificuldades.

Segundo Dalcolmo, mais de 4 milhões de trabalhadores já solicitaram o Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda (BEM), a ser pago pelo governo como complementação parcial da renda a empregados formais no caso de redução de salário e jornada de trabalho ou de suspensão de contratos trabalhistas.

O secretário afirmou que a estimativa é que, com o BEM, a perda média de renda dos trabalhadores que aderiram ao programa será de cerca de 15%.

“A expectativa é que haja uma perda aí em torno de 15%, mas lembrando, esses trabalhadores não estarão trabalhando ou estarão com sua jornada reduzida”, disse.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Sobre os dados do Caged, que poderão indicar com mais clareza o impacto da crise da pandemia sobre o emprego formal no país, Dalcolmo disse que o governo está mobilizado para sanar os problemas que levaram à suspensão da divulgação dos números do cadastro este ano.

Segundo o Ministério da Economia, as empresas têm enfrentado dificuldades no repasse dos dados, na esteira de simplificação promovida pelo governo para que o envio de informações trabalhistas fosse concentrado em um único canal e o cenário de pandemia do coronavírus tem dificultado a autorregularização.

“Como sabemos que há milhares de empresas que não estão reportando seus dados…não é razoável que se faça essa divulgação agora”, afirmou Dalcolmo, acrescentando que os números voltarão a ser reportados assim que se mostrarem fidedignos.

Segundo o secretário, o ministério também está empenhado em desafogar o atendimento remoto aos solicitantes do seguro-desemprego, por telefone e email, e espera reduzir o quanto antes o represamento dos pedidos.

Compartilhar

A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
reuters@moneytimes.com.br
A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.