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‘Pedra no sapato’ nos últimos anos, MRV (MRVE3) prevê gerar caixa de até R$ 400 milhões em 2024

15 mar 2024, 16:56 - atualizado em 15 mar 2024, 17:25
MRV ações construção civil construtora incorporadora valor de mercado
MRV divulgou projeções para 2024 e 2025, com elevação de receita e geração de caixa; Resia pode sofrer mudanças (Foto: Flávya Pereira/Money Times)

A MRV&Co (MRVE3) promoveu um evento entre analistas e imprensa nesta sexta-feira (15) no qual atualizou as suas projeções para 2024 e 2025. Tais projeções são para o segmento de incorporação, que compreende a MRV e a Sensia.

Com isso, a construtora e incorporadora estima lucro líquido de R$ 250 milhões a R$ 290 milhões para este ano. Para 2025, a gigante da construção civil prevê lucrar de R$ 700 milhões a R$ 850 milhões.

A receita operacional líquida deve alcançar até R$ 8,5 bilhões ao fim deste ano, enquanto a de 2025 deve oscilar entre R$ 9 bilhões a R$ 9,5 bilhões, segundo projeções da companhia.

Para a margem bruta, as projeções são de 26% a 27% este ano e de 29,5% a 31% no próximo ano.

Entretanto, as estimativas para lucro líquido e margem bruta foram revisadas para baixo, com a companhia estimando lançar menos unidades no período.

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Com Ret1, MRV estima geração de caixa

Em termos de caixa, a atual pedra no sapato da companhia após sucessivas queimas, a MRV&Co estima geração de R$ 300 milhões a R$ 400 milhões em 2024.

Enquanto em 2025, o otimismo é ainda maior, com a empresa mineira estimando de R$ 500 milhões a R$ 700 milhões de geração de caixa.

Por sua vez, a projeção para a dívida líquida sobre patrimônio líquido (alavancagem) em 2024 é de 36% a 34%. Para o ano que vem, o esperado é de 26% a 20%.

O CEO, Rafael Menin, e o diretor executivo de finanças e relações com investidores da MRV&Co, Ricardo Paixão, reforçaram que as estimativas incluem os impactos do Regime Especial de Tributação do Patrimônio de Afetação (RET1, que equivale a uma alíquota reduzida que reúne tributos como IRPJ, PIS-Pasep, CSLL e Cofins.

Tal regulamentação beneficia empresas mais expostas às primeiras faixas do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV). Segundo a XP, a MRV é uns dos nomes mais beneficiados com a mudança.

“Estimamos um impacto de R$ 70 milhões no lucro líquido provenientes do Ret1”, diz Paixão.

O regime atua em 1% da receita mensal recebida para projetos de construção e incorporação de imóveis residenciais de interesse social.

Resia e potencial ‘movimentação societária’

Sobre a Resia, subsidiária da MRV&Co nos Estados Unidos, Menin deixa claro que a regra de ouro para este ano será não queimar caixa, indicador que gerou forte impacto para a companhia em 2022.

“Não vamos migrar capital da MRV Brasil para ela. Ela tem capacidade de andar sozinha”, diz o executivo, acrescentando que a subsidiária tem capacidade de gerar “muito valor” quando a taxa de juros americana começar a cair.

“A rentabilidade vai subir. Temos muita certeza que a Resia será muito valiosa”, comenta.

Contudo, Menin adianta que, em meio à complexidade da tese de investimento, a MRV&Co não descarta fazer alguma “movimentação societária” com a empresa americana.

“Como o investidor brasileiro tem um pouco de dificuldade para entender a [tese da] Resia, temos amadurecido a conversa no sentido de fazer alguma movimentação societária, gerando valor para as operações no Brasil. Pode ser que seja este ano”, diz.

“Dá para fazer isso de algumas formas. Uma delas seria separar os veículos de investimentos. Podendo separar investir apenas no Brasil e apenas nos Estados Unidos. É o que podemos adiantar”, acrescenta o diretor financeiro da companhia.

MRVE3 passa a cair durante evento

Durante a apresentação dos números, as ações da MRV passaram de alta de 2,5% para queda de mais de 1%, negociadas no patamar de R$ 8,00.

Porém, apesar do sinal negativo, os papéis da construtora e incorporadora encerram a semana com alta de mais de 5%.

Repórter
Jornalista mineira com experiência em TV, rádio, agência de notícias e sites na cobertura de mercado financeiro, empresas, agronegócio e entretenimento. Antes do Money Times, passou pelo Valor Econômico, Agência CMA, Canal Rural, RIT TV e outros.
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