Coluna
BusinessTimes

Pedro Serra: Os bons investimentos fora dos holofotes das redes sociais

18 mar 2021, 18:36 - atualizado em 20 mar 2021, 17:36
Redes Sociais Facebook Instagram Twitter
“Muitos influenciadores digitais, às vezes “vendedores de atalhos”, tiveram um aumento exponencial no seu número de seguidores”, afirma (Imagem: Unsplash/@dole777)

A influência das redes sociais sobre os investidores tem crescido cada vez mais, porém é preciso ter cuidado com as armadilhas e acompanhar de perto as operações das companhias em que investimos na bolsa

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Com a queda da taxa de juros e sua permanência em níveis baixos durante um longo período, vimos investidores pessoas físicas buscarem investimentos com mais retornos e riscos, sendo que a Bolsa brasileira foi o principal destino dessa demanda.

A procura por conhecimento e informação também fez parte dessa jornada do pequeno investidor em busca de oportunidades mais rentáveis de investimento, e as mídias sociais – em especial o Twitter, com a FinTwit, comunidade financeira da rede social – têm se destacado como provedoras de informação.

Levando em conta esse cenário, muitos influenciadores digitais, às vezes “vendedores de atalhos”, tiveram um aumento exponencial no seu número de seguidores.

É fundamental que quem acaba de entrar no universo financeiro tenha cautela, separando o joio do trigo, pois o mercado é cheio de armadilhas.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A relação Twitter/ Bolsa – O exemplo da Via Varejo

Em 21 de julho de 2020, o volume negociado das ações de Via Varejo (VVAR3) superou a Petrobras (PETR3;PETR4) e a Vale (VALE3), registrando o maior giro da história do papel em um dia comum na B3.

Coincidentemente, neste mesmo dia, a varejista atingiu o pico de menções no Twitter. Cogna (COGN3), IRB (IRBR3) e Oi (OIBR3;OIBR4)  também já figuraram nos trending topics da rede social.

Vale observar que essas companhias têm alguns pontos em comum, como o fato de terem enfrentado problemas
decorrentes de questões internas ou de gestão, que geraram desvalorização acentuada em suas ações, chamando assim a atenção das comunidades nas mídias sociais.

Me espanta o fato de que essas “confusões” conseguem atrair a atenção de tantas pessoas, enquanto o trabalho duro realizado diariamente pelas empresas, muitas vezes, passa despercebido.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Como usei a Via Varejo como exemplo, cabe um comentário para fazer justiça à companhia, pois, atualmente, a empresa conta com uma gestão reconhecida pelo mercado e está entrando em um novo ciclo de crescimento.

“É interessante notar que ao longo desses dez anos, a ARZZ3 quase nunca esteve entre as maiores altas da Bolsa”, diz (Imagem: DIvulgação/Arezzo)

Arezzo fora do radar dos twitteiros

A Arezzo (ARZZ3) é uma empresa que está distante dos burburinhos das mídias digitais, mas que tem demonstrado operações consistentes desde sua estreia na Bolsa.

A companhia fez o seu IPO no início de 2011, valendo R$ 1,68 bilhões. Um dia histórico para Anderson Birman, Alexandre Birman e o fundo Tarpon, que entrou na companhia a um valuation de R$ 305 milhões e com
uma fatia de 25%.

O que se viu nesses dez anos foi um crescimento consistente, com expansão de lojas e franquias e a criação de novas marcas, mas sempre com muita disciplina na alocação de seu capital, regra básica dos livros de finanças para geração de valor ao longo do tempo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

É interessante notar que ao longo desses dez anos, a ARZZ3 quase nunca esteve entre as maiores altas da Bolsa, com exceção do ano de 2017, quando suas ações valorizaram 129,8%.

Ainda assim, sem chamar a atenção dos twitteiros, mas entregando bons resultados ao longo de sua história, o seu valor de mercado atingiu R$ 7,3 bilhões, um crescimento de 329% desde o IPO.

Antes que você pense que o melhor já passou, a empresa entra agora em uma nova trajetória após as compras da Reserva e da Troc (moda circular). Além disso, ressaltamos o acordo com a Vans e o desenvolvimento do ZZmall (marketplace). A companhia segue seu crescimento e está investindo nas principais tendências do setor.

Aliás, arrisco dizer que olhar para o futuro desta empresa é interessante, levando em consideração a boa disciplina gerencial, já testada, e o seu foco em moda.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Para finalizar, convido os investidores a buscar, com o mesmo ímpeto com que buscam barganhas no mercado, empresas que irão cuidar muito bem do seu patrimônio.

Sempre é bom lembrar que não existem atalhos. A história de empresas como a Arezzo é marcada por muito trabalho, foco e disciplina, e muito raramente isso é destacado na comunidade da internet.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Compartilhar

WhatsAppTwitterLinkedinFacebookTelegram
Gerente de Research da Ativa Investimentos
Pedro Serra é gerente de Research da Ativa Investimentos e tem mais de dez anos de experiência no mercado financeiro, com passagens pela Petros e Fundação Real Grandeza. É formado em Economia pela Universidade Candido Mendes, tem MBA pelo Ibmec e possui certificação CNPI.
pedro.serra@moneytimes.com.br
Twitter Linkedin Site
Pedro Serra é gerente de Research da Ativa Investimentos e tem mais de dez anos de experiência no mercado financeiro, com passagens pela Petros e Fundação Real Grandeza. É formado em Economia pela Universidade Candido Mendes, tem MBA pelo Ibmec e possui certificação CNPI.
Twitter Linkedin Site
As melhores ideias de investimento

Receba gratuitamente as recomendações da equipe de análise do BTG Pactual – toda semana, com curadoria do Money Picks

OBS: Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar