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Petrobras: Mercado liga sinal de alerta por atrasos em ajustes de combustíveis

27 jan 2021, 15:49 - atualizado em 27 jan 2021, 16:14
Petrobras
Petrobras corre risco à medida que governo Bolsonaro se afasta de bandeiras, assim como a Eletrobras se distanciou da privatização (Imagem: /Paulo Whitaker)

A Petrobras (PETR3; PETR4) anunciou que vai implementar reajustes nos preços dos combustíveis a partir de 27 de janeiro de 2021, sendo: diesel na refinaria a R$ 2,12 por litro (+4,30%) e gasolina na refinaria a R$ 2,08 por litro (+4,11%).

Mesmo diante das correções, a XP Investimentos adverte que os preços de combustíveis da estatal no nível das refinarias ainda estão abaixo das referências internacionais.

“Isto significa que os níveis atuais de preços ainda não estão em um patamar que permita que operadores independentes possam importar combustíveis com margem de lucro”, alertam os analistas Gabriel Francisco e Maira Maldonado, que assinam o relatório da corretora.

Colocando o tema em perspectiva, o governo Bolsonaro tem se afastado de suas bandeiras, uma vez que a posição de livre mercado personificada em Paulo Guedes corre risco de ir por água abaixo, à medida que a Petrobras maquia os preços, assim como a Eletrobras (ELET3; ELET5; ELET6) se distanciou do plano de privatização, levando à renúncia precoce de Wilson Ferreira Júnior do cargo.

“Se o cenário atual de descontos em relação às referências internacionais de preços de combustíveis persistir por mais tempo, poderá ocorrer um aumento da percepção de risco para as ações da Petrobras”, relatam Francisco e Maldonado.

Considerando múltiplos cenários, a XP revela uma análise de diferentes conjunturas com as seguintes premissas:

1) Os preços de diesel nos níveis atuais (R$ 2,12 / litro) até o final de 2022, mas com os preços da gasolina ainda seguindo referências internacionais – semelhante ao que ocorreu após a greve dos caminhoneiros em 2018;

2) A Petrobras sozinha suprirá a demanda brasileira de combustível (gasolina e diesel) e será a única importadora no mercado, uma vez que operadores independentes como tradings de commodities não operariam com prejuízo;

3) Os níveis de utilização das refinarias subiriam para 97% durante o período de 2021-22, semelhante ao período de 2011-15 quando a empresa não tinha uma política de precificação de combustível e praticou preços abaixo dos níveis internacionais; e

4) Redução de múltiplo para 4,5x EV / EBITDA, em linha com os níveis mantidos entre a greve dos caminhoneiros em maio de 2018 e a conclusão das eleições presidenciais de 2018 (outubro de 2018).

Contudo, a XP mantém recomendação de compra para as ações da Petrobras, com preço-alvo de R$ 35 por ação, tanto ordinárias quanto preferenciais da estatal.

Repórter
Repórter de renda fixa do Money Times e Editor de agronegócio do Agro Times desde 2019. Antes foi Apurador de notícias e Pauteiro na Rede TV! Formado em Jornalismo pela Universidade Paulista (UNIP) e em English for Journalism pela University of Pennsylvania. Motivado por novos desafios e notícias que gerem valor para todos.
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