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Petrobras: BTG teme mudança na relação entre dividendos e investimentos

01 dez 2021, 9:25 - atualizado em 01 dez 2021, 9:28
Joaquim Silva e Luna
(Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O BTG Pactual disse que teme o quanto a relação entre dividendos e capex — compra de bens materiais — da Petrobras (PETR4) pode mudar, em um momento em que a estatal está com um forte balanço patrimonial.

A posição hoje da empresa, menos endividada e com forte geração de caixa, permitiria uma maior tomada de risco — o que para o BTG é temerário por causa de uma eventual nova gestão menos alinhada com a política atual da Petrobras.

Desde abril, o CEO da da estatal é o general Joaquim Silva e Luna, indicado pela União, que é o acionista controlador. Mas a estatal já vinha desde o período Temer em uma trajetória de venda de ativos considerados não essenciais.

O relatório do BTG foi emitido após a Petrobras divulgar um novo plano de negócios para até 2026. O banco colocou o preço-alvo para os papéis a R$ 41 — hoje estão a R$ 29 —, mas manteve recomendação neutra.

O ajuste, apresentado em relatório assinado por Thiago Duarte, Pedro Soares e Bruno Lima, foi feito principalmente para refletir o novo capex, que tem uma curva mais alta para os próximos cinco anos, e uma redução da meta de produção de para o período.

Para o BTG, ambas as decisões são sinais de que a futura alocação de capital pode levar a taxas de retorno marginais decrescentes no curto prazo, “uma vez que um capex mais alto não será traduzido em um aumento correspondente na produção de petróleo”.

O banco diz que o novo plano estratégico indica que a empresa se vê pronta para embarcar em uma nova onda de investimentos crescentes, “algo que os investidores frequentemente recebem com uma forte dose de ceticismo”.

Política de preços

O BTG destaca que nas últimas semanas o petróleo e o câmbio enfraqueceram ou “podem ter encontrado um teto do curto prazo” e vê a Petrobras com bastante visibilidade por causa da distribuição de US$ 65 bilhões em dividendos nos próximos 5 anos.

Para o banco, é possível que à medida que as manchetes negativas decorrentes do aumento dos preços dos combustíveis no Brasil diminuem, a empresa ficará mais livre para fazer o que faz de melhor sem o escrutínio político sobre sua política de preços de combustíveis.

O BTG disse não acreditar em um cenário de que a Petrobras incorrerá em perdas financeiras de uma teórica política de preços de combustível subsidiada, mas ponderou que uma abordagem diferente em relação aos investimentos não pode ser descartada no médio prazo.

Os analistas da instituição também lembraram que nenhum cronograma foi divulgado para a venda das refinarias Rnest, Repar e Refap.

“Continuamos céticos de que deva ser concluído no curto prazo, pois as preocupações que provavelmente reduziram o interesse de outros participantes privados por essas refinarias continuam a ser relevantes”.

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Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.
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