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Petrobras se firma como ‘máquina de dividendos’, com retornos que podem chegar a 20%

25 nov 2021, 13:58 - atualizado em 27 nov 2021, 15:54
Petrobras
Novo plano de investimentos da Petrobras anima analistas (Imagem: REUTERS/Pilar Olivares)

A Petrobras (PETR3;PETR4) empolgou analistas após a divulgação do seu plano de investimentos para os próximos cinco anos. Os principais pontos foram os retornos de dividendos

De acordo com a nova política, a empresa terá que distribuir dividendos mínimos de US$ 4 bilhões por ano se o petróleo Brent estiver acima dos US$ 40 o barril, deixando a porta aberta para pagamentos adicionais.

“Num cálculo preliminar, vemos uma alta potencial de cerca de 10% ao nosso preço-alvo atual com a incorporação do novo plano de negócios”, afirma o Safra em relatório enviado a clientes.

O banco tem recomendação de compra para os papéis, com preço-alvo de R$ 38.

Além dos US$ 4 bilhões, a nova política contempla:

  • Pagamentos iguais para ambas as classes de ações;
  • 60% do fluxo de caixa operacional menos investimentos (agora incluindo o pagamento de bônus da rodada de licitações) quando a dívida bruta está abaixo de US$ 65 bilhões e há lucro acumulado positivo;
  • Dividendos extraordinários;
  • Pagamento independe do nível de endividamento, desde que preservada a sustentabilidade financeira da empresa.

Pelos cálculos do Safra, o dividendo mínimo é de aproximadamente US$ 0,31 por ação (US$ 0,61/ADR), a um rendimento de 6% a preços atuais.

Para a Ágora Investimentos, os proventos anuais a serem pagos pela empresa somam rendimento de US$ 13 bilhões (aproximadamente 20%), “mas podem ser mais se nossa premissa de preço do Brent de longo prazo de US$ 60 por barril se materializar em comparação com os US$ 55 / barril da empresa”.

“O plano reforçou nossa visão de que provavelmente veremos um pagamento extraordinário de dividendos neste ano”, afirma a corretora. 

Produção para os próximos anos

A Petrobras também pretende elevar os investimentos, mantendo seu foco em campos de águas profundas e ultraprofundas, como no pré-sa — que deverá responder por 79% da produção total até o final de 2026.

As estimativas de produção atualizadas levam em consideração o início de até 15 novas plataformas nos próximos cinco anos.

Apesar disso, o BTG destaca que a produção veio com um toque de decepção, ficando 10% abaixo do estimado. No pré-sal, as projeções indicam que “o crescimento nesses campos virá em um ritmo um pouco mais lento do que tínhamos esperado”.

A Ágora aprovou o plano estratégico, dizendo que o documento é “muito sóbrio, mais uma vez mostrando a força dos ativos de longo ciclo do pré-sal que permitem uma sólida remuneração ao acionista, mesmo após grandes investimentos em exploração, desenvolvimento e produção”.

Petrobras
O objetivo de longo prazo é se tornar neutro em carbono (escopos 1 e 2), enquanto trabalha na diversificação do seu portfólio. (Imagem: Petrobras/Youtube)

Petrobras quer ser mais verde

A petroleira também tem planos para reduzir sua pegada de carbono. Pelo o texto, US$ 1,8 bilhão foram reservados para alcançar essa meta, com ênfase na separação de CO2, sistema de detecção de metano, criação de um fundo de descarbonização, desenvolvimento do diesel verde, entre outros pontos.

O objetivo no longo prazo é se tornar neutra em carbono (escopos 1 e 2), enquanto trabalha na diversificação do seu portfólio.

Para o BTG, a mensagem de um “eficiente e racional” alocação de capital permanece, “mesmo depois de corrigir com sucesso as preocupações do balanço de alguns anos atrás”. 

O banco, no entanto, disse estar cético sobre a execução das metas. “Elas podem mudar substancialmente, dependendo de quem estará controlando o conselho de administração”, disse. 

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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