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Petrobras: disparada do petróleo deve puxar ainda mais dividendos

05 out 2021, 13:01 - atualizado em 05 out 2021, 13:09
Petrobras
Segundo o Santander, em rápido relatório enviado a clientes, a empresa dá mostra que irá manter inalterada a política de preço (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

Diante da disparada do preço do barril do petróleo Brent, que é referência para a Petrobras (PETR3PETR4), cresce a expectativa para que a estatal distribua ainda mais dividendos para os acionistas. 

Mais cedo, os contratos futuros do Brent atingiram uma nova máxima de três anos perto dos picos de 2014, depois que o grupo de produtores Opep+ decidiu manter seus aumentos de produção planejados em vez de bombear ainda mais.

Por volta das 13h, os papéis da petroleira subiam mais de 2%, a R$ 30.

Segundo o Santander, em rápido relatório enviado a clientes, a empresa dá mostras que irá manter inalterada a política de preços, mas agora se beneficiando das expectativas mais altas do preço do petróleo “que podem se traduzir em geração de fluxo de caixa mais forte, capex mais alto e dividendos mais altos”.

Na semana passada, os analistas Christian Audi e Rodrigo Almeida participaram da Conferência Multienergia Euro-LatAm.

Apesar da visão construtiva sobre os fundamentos da empresa, uma possível elevação dos preços nos combustíveis deverá provocar ainda mais desgastes políticos e causar impactos nos preços das ações, “especialmente no que se refere à perspectiva para os preços da gasolina e do diesel e o impacto desses preços na geração de caixa da empresa”.

A Petrobras já mostrou o seu poder de distribuição de proventos. A companhia foi citada entre as empresas que podem pagar dividendos acima da Selic.

“A Petrobras passa por um período parecido com a Vale, com um processo de desalavancagem. Consegue gerar um caixa relevante com os preços de petróleo nesse patamar, e com custo de produção baixo. A empresa antecipou um dividend yield para o ano de 2021 em torno de 9% ao ano”, diz André Querne, sócio da Rio Gestão.

Segundo a nova política de dividendos da estatal, aprovada no ano passado, se o endividamento bruto ficar abaixo de US$ 60 bilhões, bingo, a distribuição aumenta para 60% do FCO (fluxo de caixa operacional) menos o Capex (investimentos), o que dá um dividend yield para 2021 de, pelo menos, 10%. A Petrobras terminou o último trimestre com um endividamento na casa dos US$ 63,7 bilhões.

O presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna. em audiência em Brasília
Se os preços do petróleo ou o câmbio se moverem para novas altas estruturais, a Petrobras terá de reajustar os preços de gasolina e diesel  (Imagem: REUTERS/ Adriano Machado)

CEO solta o verbo

O risco é “zero” de a Petrobras atuar para segurar os preços dos combustíveis no país em meio a um período de valores elevados que pressionam a inflação e o orçamento dos brasileiros, disse o presidente da empresa, Joaquim Silva e Luna, em entrevista à Reuters.

Isso significa que, se os preços do petróleo ou o câmbio se moverem para novas altas estruturais, a Petrobras terá de reajustar os preços de gasolina e diesel para manter sua política de seguir a paridade com as cotações globais, apesar de pressões contrárias de parte da sociedade, afirmou o executivo.

Depois de 85 dias, a Petrobras promoveu nesta semana um reajuste no preço do diesel de cerca de 9%, e com altas anteriores o combustível nas refinarias da empresa acumula aumento de mais de 50% no ano, assim como a gasolina, gerando manifestações de políticos para que a petroleira estatal tenha uma “função social” de aliviar a inflação.

“A chance disso (segurar preços) acontecer é nenhuma”, disse o general da reserva em entrevista por telefone na noite de sexta-feira, ao comentar a importância de a Petrobras ser guiada pelas regras de mercado na definição dos preços.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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