Comprar ou vender?

Vale, Petrobras, Taesa: Veja as ações que pagam dividendos acima da Selic

22 set 2021, 19:02 - atualizado em 22 set 2021, 19:54
Dividendos - Finanças
Segundo analistas consultados pelo Money Times, a Bolsa brasileira está barata e oferece boas ações a preços acessíveis

E não teve jeito: o Banco Central elevou, mais uma vez, a Taxa Básica de Juros em um ponto percentual para 6,25% ao ano, como previsto. De acordo com o último Boletim Focus, a Selic deve terminar o ano em 8,25%.

Diante dessa alta, alguns investidores começam a procurar alternativas mais rentáveis, como a renda fixa. Mas, para quem gosta de investir pensando em dividendos, há empresas que entregam um dividend yield, ou seja, rendimentos de dividendos, maior que a Selic.  

Segundo analistas consultados pelo Money Times, a Bolsa brasileira está barata e oferece boas ações a preços acessíveis. 

“O mercado já comprou taxa de juros nesse patamar de 8,5% até o final do ano. Isso já está no preço do Ibovespa atual.  O preço sobre lucro do índice está em 8,4x. Isso é pouco. Na média, esse indicador fica em 11x”, afirma Felipe Venturini Guerra, sócio da Messem Investimentos.

Na visão de Luis Sales, estrategista-chefe da Guide Investimentos, o Ibovespa tem patamar de dividend yield próximo às máximas de 10 anos. “A Bolsa está com uma taxa de dividend yield atrativa muito em função das blue chips”, completa.

Já Gustavo Akamine, analista da Constância Investimentos, lembra que algumas companhias se beneficiaram da quebra na cadeia de fornecimento em função da Covid, estímulos fiscais e do afrouxamento monetário, o que fez com que os preços dos seus produtos aumentassem.

“Essas companhias vivem um período muito bom de elevação de receita e margem. Elas coletaram muito dinheiro, diminuíram o seu endividamento e começaram a pagar bons dividendos. Muitas dessas empresas podem continuar pagando bons dividendos”, analisa. 

Outra questão diz respeito à Reforma Tributária. Segundo Akamine, a tributação de dividendos deve levar a uma corrida para que as empresas antecipem esses pagamentos. Além disso, em um momento em que há maior incertezas, como eleições, as companhias preferem deixar de investir em novas fábricas, terrenos e investimentos em geral para distribuir ao acionista.

E o que comprar?

Dentre as companhias, a mais indicada pelos especialistas consultados pelo Money Times foi a Vale (VALE). A gigante, que sofre com a queda acentuada do preço do minério de ferro, anunciou na semana passada R$ 40 bilhões em dividendos, o que dá R$ 8 por ação, ou dividend yield 9,7%, bem acima da atual Selic. E mais do que isso, analistas já projetam mais US$ 3 bilhões até o final do ano.

“Dentro da nossa cobertura, a preferência é pela Vale. Muitas empresas do setor de commodities, como a Vale, estão se beneficiando do legado da Covid, dado que já possuem um baixo endividamento. Parte desses recursos devem ir para um pagamento de dividendos altos”, pontua Akamine.

Na visão de André Querne, sócio da Rio Gestão, a mineradora é uma boa pedida para quem quer ganhar com proventos. “A Vale está passando por um processo nos últimos anos de desalavancagem financeira, que é a redução da sua dívida em função do preço do minério em alta ao longo dos últimos anos. Isso gera uma capacidade enorme de caixa para a empresa.”, diz.

Outra companhia citada foi a Petrobras (PETR3;PETR4). A estatal já recuperou o valor de mercado após a demissão do ex-presidente Roberto Castelo Branco

“A Petrobras passa por um período parecido com a Vale, com um processo de desalavancagem. Consegue gerar um caixa relevante com os preços de petróleo nesse patamar, e com custo de produção baixo. A empresa antecipou um dividend yield para o ano de 2021 em torno de 9% ao ano”, diz Querne.

Akamine observa que a petroleira conseguiu diminuir o seu endividamento bruto. Segundo a nova política de dividendos da estatal, aprovada no ano passado, se o endividamento bruto ficar abaixo de US$ 60 bilhões, bingo, a distribuição aumenta para 60% do FCO (fluxo de caixa operacional) menos o Capex (investimentos), o que dá um dividend yield para 2021 de, pelo menos, 10%. A Petrobras terminou o último trimestre com um endividamento na casa dos US$ 63,7 bilhões.

O estrategista-chefe da Guide também cita ações dos bancos, “recuperando o balanço em meio a pandemia e as provisões mais tranquilas, voltando a ter um ROE atrativo, com os juros subindo”.

Já as elétricas contam com a escassez hídrica, fazendo com que o valor da conta suba. “Cemig (CMIG4), Copel (CPLE6), CPFL (CPFE3) são alternativas interessantes para energia e as tradicionais de transmissão, como Taesa (TAEE11) e Transmissão Paulista (TRPL4) que devem continuar pagando bons dividendos”, completa.

Venturini destaca os papéis da Copel, Banco do Brasil (BBSA3), AES Brasil (AESB3) e Taesa. “Banco do Brasil está sendo negociado abaixo do seu valor patrimonial de R$ 48 enquanto a ação está em R$ 29”, completa.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
Linkedin
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
Linkedin
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.