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Petrobras merece voto de confiança e analistas projetam alta de 34% para as ações

01 maio 2021, 15:22 - atualizado em 01 maio 2021, 15:25
Bolsonaro, Jair
A empresa sofreu grande baque após o presidente Jair Bolsonaro tirar o então CEO da Petrobras Roberto Castello Branco do posto (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O novo conselho da Petrobras (PETR3;PETR4), composto por nomes técnicos, aliado a um real mais valorizado, que pode diminuir os preços de combustíveis e a pressão dos caminhoneiros, fizeram com que a Ágora Investimentos elevasse a recomendação dos papéis da maior estatal brasileira de venda para neutra.

A empresa sofreu grande baque após o presidente Jair Bolsonaro tirar o então CEO da Petrobras Roberto Castello Branco do posto, motivado pelos aumentos sucessivos dos valores dos combustíveis.

“Achamos que é hora de recuperar alguma confiança no caso de investimento da Petrobras. Os eventos anteriores foram bastante traumáticos, mas a relação de risco e retorno parece mais atraente. O espaço para quedas adicionais deve ser limitada”, afirmam os analistas Vicente Falanga e Ricardo França.

Com isso, a dupla estabeleceu em R$ 32 o preço-alvo da petroleira, antes em R$ 24, o que implica potencial de valorização de 34,7%.

Além disso, os especialistas lembram que em um universo de 500 empresas de combustíveis fósseis, a Petrobras ocupa a 23ª posição entre as mais baratas considerando o múltiplo EV/Ebitda (que mede o valor da empresa) para 2022 e a 5ª mais barata levando em conta o rendimento com dividendos.

Eles afirmam que quaisquer impactos negativos no fluxo de caixa, como cortes injustificados no preço do combustível, podem provocar outra queda de aproximadamente 10%.

“Mas se a nova gestão conseguir promover o plano estratégico anterior, o upside pode exceder 50%”, completam.

O que provoca o otimismo?

Entre os pontos levantados pela dupla, está o aumento de preços e diesel de cerca de R$ 0,72 por litro no acumulado do ano, adicionando outros US$ 5,5 bilhões ao Fluxo de Caixa Livre para o Patrimônio Líquido (FCFE) anualizado.

“O somatório de preços crescentes de commodities e depreciação do real causou estresse no relacionamento com os caminhoneiros em função das altas nos preços na bomba. Acreditamos que, com a valorização do real, as preocupações com esse tipo impacto devem começar a diminuir”, argumentam.

O governo também estuda a criação de um fundo de compensação para evitar a volatilidade do preço do diesel por meio de leilões do excedente da cessão onerosa das áreas de Sepia e Atapu.

“O discurso de posse do Silva e Luna foi muito amigável com os acionistas, e vale acompanhar os próximos capítulos. Vemos a eleição presidencial de 2022 como um ponto-chave, mas isso está mais longe”, dizem.

Apesar disso, uma visão otimista passa, obrigatoriamente, pela venda de ativos para reduzir o risco dos dividendos de 2022 ou a implementação efetiva de um fundo de estabilização de combustível pelo governo para auxiliar a questão da política de preços dos combustíveis.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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