Petrobras (PETR4): BTG enxerga combinação positiva para dividendos adicionais; ciclo eleitoral pode reprecificar ação

O BTG Pactual mantém uma visão fora do consenso para Petrobras (PETR4), enxergando uma assimetria positiva de revisões para cima na produção e revisões para baixo em capex (despesas de capital) e opex (despesa operacional). Além disso, o cenário eleitoral em 2026 pode ajudar ainda mais na valorização das ações.
Isso se dá por conta das premissas do atual Plano de Negócios que consideram o Brent a US$ 83/barril, enquanto a média no acumulado do ano está mais próxima de US$ 70/barril.
“A combinação de maior geração de caixa em 2026, derivada de maior produção, somada a menor capex e opex, pode levar os investidores a colher dividendos adicionais mais rapidamente e em magnitude maior do que atualmente precificado”, diz o banco.
Na projeção do BTG, cada redução de US$ 1 bi em capex/opex poderia elevar o yield de dividendos em ~0,5% em 2026, enquanto os desembolsos previstos para 2025 (US$ 2,5 bi em etanol e pré-sal) devem reduzir o yield para aproximadamente 8% , analisam Luiz Carvalho e Gustavo Cunha.
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O banco conta com recomendação de compra para a ação, com preço-alvo de R$ 44 (potencial de alta de 39,02%). Já para o ADR da Petrobras, o preço-alvo é de US$ 15.
Segundo os analistas, para a Petrobras, cada variação de US$ 5 por barril no Brent implica acréscimo de cerca de 1,3 ponto no yield de dividendos.
A AIE (Agência Internacional de Energia) projeta crescimento da demanda de 2,7 milhões de barris/dia em 2025 e de 2,1 milhões de barris em 2026, superando os acréscimos de oferta. Ainda assim, os preços continuam a encontrar suporte em riscos geopolíticos e ameaças de interrupção de fornecimento.
“Acreditamos que esse cenário pode levar os investidores a revisitar suas premissas sobre o preço do petróleo“.
PETR4: Um player eleitoral
Para os analistas, a Petrobras deve ser vista também como um play eleitoral, já que uma maior clareza fiscal e estabilidade macro em 2026 podem reduzir o custo de capital e contribuir para uma valorização das ações.
Com pares regionais negociando a prêmio de 20% em EV (valor de mercado)/Ebitda, a convergência implicaria potencial de valorização de aproximadamente 30%. “O primeiro gatilho segue sendo a confiança dos investidores na sustentabilidade dos dividendos, capazes de compensar o risco político“.
O BTG enxerga o Plano de Negócios 2026-2030 como um marco importante, embora sua validade provavelmente se limite a um ano devido ao ciclo eleitoral de 2026 e à possibilidade de mudança na direção estratégica sob uma nova administração.
“Apesar dos efeitos dos cortes de capex para dividendos, desembolsos relevantes em 2025 de US$2,5 bilhões, divididos entre etanol (US$1,5 bilhão) e compromissos de leilão do pré-sal (US$1 bilhão), reduziriam o yield de 2025 em cerca de 1,2 ponto para 8,0%”.