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Petrobras (PETR4): Com petróleo a US$ 125, dividendos podem chegar a US$ 43 bi, diz Credit Suisse

10 mar 2022, 14:01 - atualizado em 10 mar 2022, 14:01
Petrobras
Petrobras deverá engordar dividendos com alta do petróleo; porém, questão política pesará, diz Credit Suisse (Imagem: REUTERS/Jamil Bittar)

A disparada do petróleo pode engrossar a distribuição de dividendos da Petrobras (PETR3;PETR4), calcula o Credit Suisse, em relatório enviado a clientes.

O banco lembra que os proventos são o principal chamariz para os investidores comprarem os papéis da estatal.

“Com os preços atuais, a ação está refletindo um Brent de US$ 82 o barril, patamar que possibilita a empresa pagar algo próximo de 24% de yield em 2022. Se assumirmos um cenário bastante otimista e se os preços chegarem a US$ 125 o barril, poderíamos ver uma distribuição de US$ 43 bilhões (49% de yield)”, calculam os analistas.

Alguns especialistas esperam que o petróleo, negociado na última quarta-feira a US$ 115 por barril, possa atingir US$ 200 ou mais.

Histórico favorece 

No mês passado, a petroleira propôs a distribuição de dividendos complementares equivalentes a R$ 2,8610762 por ação. A data de corte será em 13 de abril, com o pagamento agendado para o dia 16 de maio.

Em levantamento realizado pelo Money Times, os papéis da Petrobras receberam oito indicações em carteiras de dividendos.

Petrobras e a solução para os combustíveis

Apesar da elevação do preço do petróleo ser uma boa notícia para os dividendos, a alta coloca pressão sobre a política de preços da Petrobras.

Nesta quinta-feira, a companhia anunciou reajuste de 25% no preço do diesel. A gasolina deverá subir quase 19%.

Antes do reajuste, o presidente Jair Bolsonaro levantou a possibilidade do Brasil enfrentar um problema de combustível.

Vai ter problema de combustível no Brasil, não vai demorar”, reforçou ele, em outro momento.

O Credit Suisse vê três cenários para esse enrosco.

  1. Em um primeiro cenário, o mais positivo, a Petrobras simplesmente seguirá a paridade de importação e os preços dos combustíveis acabarão sendo subsidiados pelo governo;
  2. Em um segundo cenário, a Petrobras manterá seus preços domésticos de combustíveis nos níveis atuais, deixando espaço para distribuidores de combustíveis e terceiros importarem e abastecerem o mercado;
  3. Em um terceiro e mais negativo cenário, a Petrobras não apenas manterá os preços domésticos dos combustíveis nos níveis atuais, mas também importará combustíveis para suprir toda a demanda do mercado;

“O caminho mais provável parece ser o de subsídios temporários para absorver a volatilidade internacional”, conclui.

Em relatório enviado a clientes na última quarta-feira, a Ativa Investimentos elevou o preço-alvo da Petrobras, mas reafirmou a recomendação neutra, observando que o risco-retorno da companhia não compensa.

“Diante do cenário de altos juros e inflação forte, bem como as indefinições políticas atuais somadas às incertezas relacionadas ao mecanismo de preços a ser seguido por Petrobras, acreditamos que as vendas das refinarias podem enfrentar alguma resistência em 2022″, argumenta.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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