Petrobras (PETR4): Corte na gasolina pode apertar margens e pressionar setor de etanol, diz BTG

Uma possível redução no preço da gasolina pela Petrobras (PETR4) pode pressionar ainda mais o setor sucroenergético, segundo o BTG Pactual. Com o cenário de queda recente do petróleo, a estatal poderá reduzir o preço de venda da gasolina A em 5% a 10% no curto prazo, disse a Broadcast – o que teria efeito direto sobre o etanol e as margens das usinas.
Com esse ajuste, o preço médio de venda da estatal cairia para entre R$ 2,57 e R$ 2,71 por litro, ante os atuais R$ 2,85/litro, representando uma redução de R$ 0,14 a R$ 0,28 por litro. Com isso, o preço de equilíbrio do etanol nas usinas baixaria para R$ 2,71 a R$ 2,64/litro, aproximando a paridade atual de 68% para 70%–71% entre os combustíveis.
Segundo o BTG, essa dinâmica tende a reduzir a rentabilidade do setor, que já enfrenta preços baixos do açúcar, concorrência do etanol de milho e incêndios em canaviais.
No entanto, os analistas da instituição mantêm recomendação de compra para as ações do segmento, amparado por uma visão positiva para os preços do açúcar no longo prazo.
“As companhias listadas mantêm baixo nível de hedge para a próxima safra, apostando em uma recuperação dos preços e aumentando a produção de etanol. Assim, a queda da gasolina pode representar um obstáculo adicional para essa estratégia, especialmente diante dos custos de produção mais altos”, disse.
As ações das companhias de açúcar e etanol acumulam queda média de 38% em 2025.
De acordo com o BTG, um corte de 5% no preço da gasolina poderia reduzir o EBIT do setor entre 3% e 7%, enquanto uma queda de 10% teria impacto de 6% a 13%.
Petrobras vai mesmo reduzir preços?
Enquanto o mercado trabalha com a possibilidade de redução de preços – o que, segundo o BTG, seria coerente com a estratégia histórica da empresa, que nos últimos 12 meses tem mantido seus preços 5% a 8% abaixo da PPI -, a própria companhia já sinaliza essa intenção.
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, chamou atenção nesta terça-feira (14) para a recente queda do preço do petróleo tipo Brent, referência internacional.
Em publicação no LinkedIn, Chambriard compartilhou um gráfico mostrando o barril cotado a US$ 62,39, em baixa de 1,47% no dia. A executiva escreveu apenas: “Preço do Brent: uma figura vale mais do que muitas palavras…”, sugerindo que a retração recente da commodity fala por si.