Petrobras (PETR4): Depois da produção, os dividendos; quanto empresa deverá pagar no 2T25?

A Petrobras (PETR4) fez a lição de casa e produziu acima do esperado no segundo trimestre. Com quase 3 milhões de barris de óleo equivalente por dia, a companhia bateu recordes.
Entre analistas, os números ficaram acima da expectativa. Porém, na bolsa, a ação pouco reagia, com o papel caindo 0,37%, a R$ 32,32, por volta das 12h16.
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O problema, segundo parte do mercado, é que sem a força dos preços do petróleo, fica difícil a empresa compensar a perda, mesmo com produção maior.
De qualquer maneira, analistas ainda se dizem otimistas com o papel.
Petrobras vai bater a meta?
Nos cálculos do BTG, a empresa está a caminho de superar sua meta de produção de petróleo para 2025.
Por outro lado, o petróleo tipo Brent permanece abaixo do plano de negócios da Petrobras, mas acima do consenso.
“Isso cria espaço para possível adiamento de despesas de capital e maior liquidez de curto prazo”.
Na visão da Genial, a Petrobras demonstrou capacidade de execução interessante, não apenas com o ramp-up (recuperação) de produção de uma série de ativos em operação da empresa (FPSO Almirante Tamandaré, Maria Quitéria, Anita Garibaldi, etc) e entrada em operação do FPSO Alexandre de Gusmão.
- FPSO é uma plataforma flutuante que produz, armazena e transfere petróleo e gás no mar
Já a XP diz que o aumento de produção não deve parar por aqui, já que os principais FPSOs (180kbpd cada) continuam a aumentar, particularmente em Búzios, onde a Petrobras tem uma participação significativa (89%).
Além disso, um novo FPSO (P-78) saiu recentemente do estaleiro em Cingapura e deve iniciar a produção no segundo semestre.
O que esperar dos dividendos?
Com a produção em mãos, agora os analistas fazem as contas para saber o quanto de dividendos vão pingar.
O Safra aguarda Ebitda, que mede o resultado operacional, de US$ 9,9 bilhões, com uma margem de 49%, e um lucro líquido de US$ 3,6 bilhões.
Dessa forma, a petroleira poderá desembolsar US$ 2,2 bilhões, equivalente a um yield de 2,8%.
Segundo o BTG, o Ebitda será de US$ 10,9 bilhões, alta trimestral de 2%, com o Brent mais baixo sendo compensado por uma maior produção.
“Estimamos o FCF (fluxo de caixa) em US$ 5,3 bilhões, resultando em um pagamento de dividendos de US$ 2,3 bilhões (um rendimento de dividendos de 3,0%)”.
O Bradesco BBI manteve a projeção do Ebitda em US$ 9,97 bilhões (6% menor no trimestre e 17% em base anual), considerando que o maior volume produzido será compensado por preços mais baixos do Brent e pela redução nos preços dos combustíveis no mercado interno.
Para os dividendos trimestrais, a casa também espera números menores, a US$ 1,9 bilhão (contra US$ 2,1 bilhões no primeiro trimestre), refletindo um fluxo de caixa operacional mais fraco.
O Santander vai na mesma linha ao dizer que apesar do aumento trimestral e da produção recorde no segundo trimestre, bem como de spreads de crack marginalmente melhores, espera que a Petrobras entregue um Ebitda sequencialmente menor, a US$ 9,9 bilhões.
Os analistas citam dois fatores. São eles:
- a queda sequencial no preço do petróleo e
- pequenas perdas de estoque no negócio de refino;
Além disso, a corretora vê fluxo de caixa livre (FCF) de US$ 4,6 bilhões e dividendos de US$ 2,1 bilhões.
O que fazer com Petrobras?
Segundo o Santander, a Petrobras atravessa o período mais desafiador de seu plano estratégico, com a margem de manobra limitada no balanço patrimonial e preços mais baixos do petróleo.
“Potenciais aquisições e o leilão da PPSA podem reduzir nossas expectativas de distribuição de dividendos no curto prazo e aguardamos possíveis ajustes no plano de negócios no quarto trimestre de 2025”, dizem.
Já o BTG diz que com um rendimento de dividendos sólido de 11%, ganhos positivos e as ações ainda sendo negociadas a um desconto significativo em relação aos pares, “continuamos a ver a Petrobras como uma das mais oportunidades de valor atraentes no setor”.