Petrobras (PETR4) eleva em 30% consumo de óleo vegetal em 2025 para coprocessamento em refinarias
A Petrobras (PETR4) vai elevar em 30% o seu consumo de óleo vegetal neste ano ante 2024, diante do avanço de sua estratégia de investimento em combustíveis coprocessados com conteúdo renovável, informou a companhia à Reuters nesta sexta-feira, após ser consultada.
Para 2026, ainda não há uma demanda projetada de óleo vegetal, mas a “expectativa é que esses volumes aumentem bastante e se tornem mais regulares”, com a entrada dos mandatos para redução de emissões no transporte aéreo em 2027, observou a empresa.
Os combustíveis coprocessados são obtidos em refinarias, por meio do coprocessamento de derivados do petróleo com matérias-primas renováveis, como óleos vegetais ou gordura animal.
Por meio desse processo, a empresa já comercializa diesel R desde 2022, nas refinarias Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná; e na Presidente Bernardes (RPBC), em São Paulo, com mercado voluntário.
Além disso, iniciou neste mês a venda de combustível de aviação com conteúdo renovável produzido na Refinaria Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro.
“Por se tratar de consumo voluntário (do mercado), não temos uma demanda mensal regular (por óleo vegetal), mas o consumo tem crescido ano a ano desde o lançamento do diesel R”, afirmou a empresa, em resposta à Reuters, evitando dar detalhes sobre os volumes de óleo vegetal consumidos e projetados.
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, tem destacado em seus discursos o interesse da Petrobras em trabalhar cada vez mais próxima do agronegócio, para quem tem buscado vender combustíveis sem intermediários e ampliar relações comerciais para o uso do óleo vegetal.
Ao anunciar seu novo plano estratégico para o período de 2026 a 2030, a Petrobras informou que investirá US$1,5 bilhão em biorrefino no período. Segundo a empresa, seus investimentos em transição energética terão maior foco em bioprodutos neste quinquênio, especialmente etanol, biodiesel e biometano, além de diesel com conteúdo renovável (Diesel R5), SAF e biobunker.
A expectativa da Petrobras é atender 100% da demanda nacional por combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês) entre 2027 e 2029, por meio do coprocessamento.
A partir de 2027, as companhias aéreas terão de adicionar obrigatoriamente alguma parcela do produto renovável ao querosene de aviação fóssil para diminuir a emissão de gases do efeito estufa (GEE) em pelo menos 1%, conforme legislação brasileira aprovada no ano passado. O índice sobe anualmente.
Além da Reduc, a Refinaria Henrique Lage (Revap), em São José dos Campos (SP), já realizou testes para a produção de SAF por meio de coprocessamento. E a petroleira planeja que, ainda em 2026, a Refinaria de Paulínia (Replan), no Estado de São Paulo, e a Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Minas Gerais, também passem a produzir e comercializar o combustível.