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Petrobras (PETR4) em queda e Vale (VALE3) de lado em 2025: gigantes da bolsa perderam o brilho?

03 set 2025, 16:55 - atualizado em 03 set 2025, 16:55
Locomotiva da Vale abastecida com Diesel R em Vitória (ES) Petrobras
Locomotiva da Vale abastecida com Diesel R em Vitória (ES) (Judeu Marc / Divulgação Vale)

As gigantes Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) seguem em 2025 pressionadas pelo cenário de commodities e pelo ambiente global, com impacto direto sobre as ações, que caem 15% e sobem apenas 2%, respectivamente, no acumulado do ano.

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Analistas avaliam, porém, que mesmo em meio às incertezas, as companhias ainda cumprem um papel relevante nos portfólios e podem entregar dividendos atrativos.

Para Ruy Hungria, analista da Empiricus Research, os múltiplos atuais limitam maiores quedas. “Todo mundo sabe que a China e o minério estão ruins. Nós também, mas por 4x Ebitda e um yield de 8%, no caso da Vale, não parece ter muito mais potencial de queda”, disse.

Sobre a Petrobras, ele reforça que o petróleo enfrenta pressões da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e da desaceleração global, mas a estatal negocia a 3,5 vezes lucro, com 12% de yield.

Cautela para PETR4 e VALE3

O planejador financeiro e especialista em investimentos Gustavo Moreira disse ver um cenário mais construtivo para a mineradora, com a diversificação em metais ligados à transição energética.

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Já Petrobras segue atrativa pelo fluxo de dividendos, mas com risco político maior, segundo ele.

O analista da gestora de patrimônio Aware Investments, Arthur Barbosa, avalia que os próximos meses devem ser de maior cautela para a Petrobras na política de remuneração aos acionistas.

A estatal reduziu os dividendos extraordinários, com valor abaixo do esperado pelo mercado no segundo trimestre, movimento atribuído ao avanço do Capex, que somou US$ 4,4 bilhões no período.

Segundo Barbosa, a petroleira deve encerrar o ano com foco em eficiência, alavancagem controlada e manutenção de um dividend yield ainda acima da média do setor, mas inferior ao registrado no auge das commodities.

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No caso da Vale, o analista destaca que 2025 tem sido desafiador diante da menor demanda chinesa e da queda no preço do minério de ferro, que recuou para US$ 85,1 por tonelada.

A companhia vendeu 77,3 milhões de toneladas no segundo trimestre trimestre, com receita líquida de US$ 8,8 bilhões, queda de 11% frente ao mesmo período anterior.

Apesar do cenário adverso, a mineradora obteve ganhos de eficiência, com redução do custo caixa C1 e melhora nos resultados de cobre e níquel, que ajudaram a compensar a pressão sobre o minério.

Para os próximos meses, a expectativa é de continuidade nas iniciativas de disciplina de capital, com avanço de projetos como o ramp-up de Capanema e o segundo forno de Onça Puma.

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A Vale anunciou a distribuição de R$ 1,90 por ação em JCP para setembro e, segundo o analista da Aware Investments, segue priorizando resiliência operacional, diversificação do portfólio e redução de passivos, ainda que sem grandes impulsos de preços das commodities.

Commodities estáveis

O analista da Levante Inside Corp, João Abdouni, cita uma provável estabilidade nas commodities — Brent em torno de US$ 68 e minério de ferro entre US$ 90 e US$ 100.

“Neste sentido, a geração de valor de curto prazo para essas empresas deve vir por dividendos”, afirmou. A expectativa é de distribuição de cerca de 8% para a Vale e 10% para a Petrobras nos próximos 12 meses, segundo ele.

A Genial disse ver pouco espaço para alta consistente do minério de ferro diante da expectativa de maior oferta no segundo semestre, com a entrada da sazonalidade positiva dos embarques da Austrália e do Brasil e o iminente startup do projeto de Simandou no 4T25E (com uma quantidade muito baixa output).

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“Os preços devem seguir oscilando no intervalo de  US$ 100-95/t. No médio prazo, o excesso relativo de oferta e a fraqueza estrutural da demanda na China mantêm o viés baixista“, disse em relatório recente.

Quanto petróleo, o mercado segue avaliando a demanda mais fraca nos Estados Unidos, o maior mercado da commodity no mundo, e um aumento na oferta pela Opep e seus aliados. .

“De modo geral, o resultado final é que veremos um salto na oferta alimentando um mercado de demanda sem brilho”, disse Andrew Lipow, presidente da Lipow Oil Associates, em matéria recente publicada pela Reuters.

A agência informou que nesta quarta-feira (3), citando fontes, que a Opep+ considerará novo aumento da produção de petróleo no domingo.





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Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em mercado financeiro. Colaborou com revista Veja, Estadão, entre outros.
kaype.abreu@moneytimes.com.br
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Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em mercado financeiro. Colaborou com revista Veja, Estadão, entre outros.
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