Petrobras (PETR4) Vale (VALE3) e as melhores ações para lucrar em outubro, segundo 22 analistas
O início do corte de juros nos Estados Unidos (EUA) e retomada da alta na Selic no Brasil foram os destaques de setembro. Para o restante do ano, os próximos movimentos dos bancos centrais — que seguem incertos — devem continuar nos holofotes.
A perspectiva de continuidade ciclo de afrouxamento monetário nos EUA deve continuar favorecendo os ativos de risco ao redor do mundo, desde que não venha acompanhado de uma recessão.
“Se os dados econômicos seguirem mostrando arrefecimento gradual da atividade e da inflação, o que permanece como cenário-base, teremos um vento de cauda desejável à nossa bolsa”, afirma a analista da Empiricus Research, Larissa Quaresma.
Quanto ao cenário brasileiro, o fiscal expansionista comanda prêmios maiores na curva de juros, além de um aperto potencialmente maior do que o previsto na Selic. “A elevação de juros, antes vista como uma ‘compra’ de credibilidade da nova gestão do BC, tem se tornado uma necessidade mais estrutural, diante das pressões inflacionárias e do fiscal estimulante para a economia”, diz Quaresma.
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A questão que fica para outubro é: o que está no preço? A analista da Empiricus afirma que o “arrocho” já está bem precificado, com o Ibovespa (IBOV) por volta dos 132 mil pontos, negociando a um múltiplo de preço por lucro para 2025 de 9,5 vezes.
Além disso, Quaresma diz que, passada a discussão em torno do Relatório Bimestral de Receitas e Despesas, pode haver algum alívio neste mês. No entanto, ela pondera que há sinais preocupantes em torno do fiscal.
O que comprar em outubro?
A Petrobras (PETR3; PETR4) assumiu a dianteira no ranking ações favoritas para o mês de outubro. Os papéis da estatal receberam 15 recomendações, entre as carteiras de 22 bancos, corretoras e casas de análise.
O Safra — que, inclusive, aumentou a exposição a Petrobras este mês — acredita que os resultados continuarão robustos no curto e médio prazo e a companhia manterá uma boa capacidade de distribuição de proventos.
Os analistas ainda ressaltam que a petroleira oferece um valuation “atrativo”. “Vemos suas ações negociando com desconto em relação a suas pares internacionais e à sua média histórica”, afirmam.
Já o Santander lembra que, recentemente, atualizou a recomendação de Petrobras para compra e elevou o preço-alvo para R$ 54, com base em uma perspectiva mais otimista para a estrutura de capital e, portanto, potencial de dividendos extraordinários.
“Acreditamos que o Plano Estratégico (PE) 2025-29 da Petrobras, normalmente divulgado no 4º trimestre, poderá flexibilizar a estrutura de capital da companhia, potencialmente por meio de: um ajuste no teto da dívida bruta e mais clareza sobre a posição de caixa mínima. Além disso, também acreditamos que o novo PE poderia potencialmente incluir um Capex reduzido para 2025”.
Os analistas incorporaram US$ 3,5 bilhões em dividendos extraordinários, levando o dividend yield esperado para 2025 a 12%.
Vale e Itaú na cola
Na cola de Petrobras, a Vale (VALE3) recebeu o segundo maior número de indicações para outubro, sendo 14.
Para a Ágora Investimentos, a visão para a mineradora melhorou nas últimas semanas, após o anúncio do CEO antes do esperado e a maior confiabilidade dos ativos mostrada durante o roadshow com investidores.
Os analistas também saúdam a revisão para cima na orientação de produção de minério de ferro da companhia para 2024, a maior confiança em atingir o nível de produção de 340 a 360 toneladas em 2026 e o tom positivo da administração sobre o desempenho de custos.
“Com as ações da Vale apresentando fraca performance nos últimos 12 meses, o dilema de comprar ou não a correção surgiu como um debate importante entre os investidores e, embora GGBR4 continue sendo nossa preferência no setor de siderurgia e mineração, reiteramos nossa visão positiva para VALE3”.
O Itaú (ITUB4) ocupa o terceiro lugar do ranking deste mês, com 13 recomendações.
O BTG Pactual destaca que o negócio de banco de varejo brasileiro mudou drasticamente, particularmente no segmento de baixa renda, e o Itaú fez um “ótimo trabalho” aceitando e se adaptando ao cenário em mudança, o que permitirá que o ROE aumente sustentavelmente.
Os analistas ainda ressaltam a performance do banco no segundo trimestre. “Vimos uma combinação muito boa de crescimento e (alta) lucratividade no banco premium titular do Brasil no último trimestre”, dizem.
As ações favoritas para o mês
Empresa | Ticker | Recomendação |
---|---|---|
Petrobras | PETR3/PETR4 | 15 |
Vale | VALE3 | 14 |
Itaú Unibanco | ITUB4 | 13 |
Cyrela | CYRE3 | 9 |
Banco do Brasil | BBAS3 | 8 |
Sabesp | SBSP3 | 7 |
Petrorio/PRIO | PRIO3 | 7 |
JBS | JBSS3 | 7 |
Eletrobras | ELET3/ELET6 | 7 |
Gerdau | GGBR3/GGBR4 | 6 |
Equatorial Energia | EQTL3 | 6 |
Localiza | RENT3 | 5 |
Vivara | VIVA3 | 5 |
Levantamento
O levantamento do Money Times levou em consideração as informações das carteiras de ações divulgadas por 22 instituições. Para outubro, foram indicadas 77 ações, somando 223 recomendações.
Participaram do levantamento Ágora Investimentos, Ativa Investimentos, Andbank, Daycoval, BB Investimentos, BTG Pactual, CM Capital, EQI Research, Empiricus Research, Genial Investimentos, Itaú BBA, MyCap, Nova Futura, Planner, PagBank, Rico, RB Investimentos, Safra, Santander, Terra Investimentos, Toro e XP Investimentos.