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Petróleo agora só influi no açúcar e etanol por especulação. Por fundamento, tanto faz se sobe ou desce

19 nov 2021, 9:47 - atualizado em 19 nov 2021, 9:56
Cana-de-açúcar
Não tem mais nada que sair das usinas, entre açúcar e etanol, praticamente até abril próximo (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

A queda do petróleo nesta sexta (19) para mínimas de mais de 10 semanas – 3,40%, a US$ 78,47, à9h40 (Brasília) -, se se manter, pode tirar pressão sobre a inflação com a Petrobras (PETR4) tendo espaço para segurar preços dos combustíveis, mas pouco ou nenhuma influência terá sobre o etanol e o açúcar daqui para frente. Aliás, se voltar a subir, também só refletiria por mera especulação

Não há mais produção sucroenergética, praticamente, no Centro-Sul do Brasil.

Em relação a fundamentos, o que vai mandar nos preços do adoçante, em Nova York, vai ser a expectativa da safra nova, 22/23, que oficialmente começa em 1º de abril de 2021, mas sempre com algumas usinas antecipando as operações poucos dias antes.

Em condições tradicionais dos especuladores, o óleo bruto em alta fornecia melhores preços ao açúcar, pois olhavam o Brasil produzindo mais o etanol. Com o barril em queda, caia também.

Em relação ao etanol, a situação é idêntica. A safra encerrada, antecipadamente, vai deixar um buraco na produção de cinco meses.

Na semana anterior, houve queda nas usinas do etanol hidratado, mas por obra exclusiva da total falta de competividade, fazendo com que sobrasse produto inclusive nas distribuidoras. Nestes últimos quatro dias as distribuidoras também estão reduzindo os preços.

Mas, mesmo que a Petrobras reduza o valor da gasolina na refinaria, caso o petróleo projete mais recuos, as usinas voltarão a elevar os preços do biocombustível para controlar a demanda e monitorar o risco de desabastecimento. É o que elas vinham fazendo por várias semanas, até a 5 de novembro.

Em termos do retrato mais recente da oferta do Brasil, segundo a Unica, até 1º de novembro, as indústrias aprontaram 31,22 milhões de toneladas desde abril, 14,27% menos que no período anterior. Em relação ao etanol, foram 25,09 bilhões de litros, sendo 15,08 bilhões de hidratado, ou 18,92% a menos.

Essas baixas pesadas foram reflexos da menor quantidade de cana moída, pela prolongada estiagem e geadas, que não deverá passar de 505 milhões de toneladas nesta safra, contra 605 milhões/t da anterior.

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Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
giovanni.lorenzon@moneytimes.com.br
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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