Petróleo recua com superávit e escalada da guerra comercial EUA-China

Os preços do petróleo ampliaram as perdas nesta terça-feira (14), influenciados pela previsão de excesso de oferta e pela nova rodada de tensões comerciais entre Estados Unidos e China.
Por volta das 12h, o barril do Brent — referência internacional — recuava 2,16%, sendo negociado a US$ 61,95. O WTI, referência no mercado norte-americano, caía 2,10%, cotado a US$ 58,26.
Mais cedo, a Agência Internacional de Energia (AIE) divulgou seu relatório mensal alertando que o mercado deve enfrentar um excedente maior do que o previsto para 2026, com superávit de até 4 milhões de barris por dia, quase 4% da demanda mundial.
Segundo o documento, a oferta da commodity está crescendo mais rápido do que a demanda. Para este ano, a oferta deve aumentar em 3 milhões de bpd, ante 2,7 milhões de bpd previstos anteriormente. Para 2026, a oferta deve crescer mais 2,4 milhões de bpd.
A Opep+ está adicionando mais petróleo bruto ao mercado depois que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo, a Rússia e outros aliados decidiram reverter alguns cortes na produção mais rapidamente do que o programado anteriormente.
Além disso, a agência também reduziu sua previsão de crescimento da demanda mundial neste ano para 710 mil bpd, uma queda de 30 mil bpd em relação à projeção anterior.
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Guerra comercial EUA-China
Também pesa nos preços a nova rodada de tensões entre as duas maiores economias do mundo.
Pequim reagiu à decisão do governo de Donald Trump, que na semana passada anunciou uma tarifa extra de 100% sobre produtos chineses, e respondeu com sanções a cinco subsidiárias americanas da Hanwha Ocean — grupo sul-coreano do setor naval.
Segundo autoridades chinesas, essas unidades teriam colaborado com investigações conduzidas por Washington sobre a indústria naval do país, o que, segundo o governo de Pequim, fere interesses estratégicos chineses.
Além disso, China e Estados Unidos anunciaram medidas recíprocas de sobretaxas portuárias sobre empresas de transporte marítimo. A partir de hoje, embarcações chinesas pagarão taxas mais altas para operar em portos americanos, enquanto o governo chinês passará a cobrar tarifas adicionais de navios e armadores dos EUA que atracarem em seus portos.
As novas medidas reforçam o clima de incerteza e reduzem as perspectivas de um acordo que possa aliviar a tensão comercial entre as duas potências.