Mercados

Petróleo dispara quase 3% com Rússia em foco e se aproxima de ‘marca venenosa’

27 set 2023, 17:07 - atualizado em 27 set 2023, 17:07
Petróleo Brent WTI
Brent dispara quase 3% nesta quarta-feira, com perspectiva de maior restrição de oferta nos meses frios do Hemisfério Norte (Imagem: REUTERS/Stringer/Archivo)

A contagem regressiva para o petróleo atingir a marca dos US$ 100 está apertando. Nesta quarta-feira (27), os contratos futuros da commodity voltaram a disparar, com perspectiva de maiores restrições na oferta e consumo energético nos meses frios do Hemisfério Norte.

Por volta das 16h, o Brent (referência internacional) e o WTI (referência americana) subiam, respectivamente, 2,91% e 3,61%. Com isso, o Brent encosta nos US$ 97, a maior cotação desde novembro de 2022.

Investidores veem a commodity mais cara após uma série de anúncios vindos da Rússia. Na semana passada, o Kremlin havia anunciado a proibição de exportações de gasolina e diesel para o mercado externo a fim de estabilizar o preço dos combustíveis no mercado doméstico.

A proibição atinge virtualmente todos os países do mundo, com exceção de apenas quatro repúblicas soviéticas antigas, aliadas de Vladimir Putin: Belarus, Armênia, Cazaquistão e Quirguistão.

Agora, o governo russo está considerando restringir “hidrogênio cinza”, um combustível produzido através de gás natural e que pode ser obtido através de materiais fósseis. Além disso, as autoridades consideram aumentar as taxas cobradas a revendedores do seu petróleo.

Ação da Rússia sobre combustíveis abre segundo capítulo de guerra energética

Diante das medidas, observadores internacionais acreditam que a Rússia pode voltar a usar a questão energética para retaliar países europeus, que se preparam para entrar para o período mais frio do ano.

É durante o inverno no Hemisfério Norte que os países da Europa registram picos no consumo dos recursos energéticos. Caso persista, analistas veem impacto inflacionário da restrição nos preços da zona do euro, forçando, em última instância, os BCs a manterem os juros mais elevados.

As restrições anunciadas pelo Kremlin acompanham a decisão do Banco Central russo de aumentar a taxa de juros no país, após uma acentuada desvalorização da moeda local, que vem caindo no engate do desconto colocado pelo Ocidente sobre as exportações de petróleo da Rússia.

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Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
jorge.fofano@moneytimes.com.br
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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