Economia

PIB 2024: Os fatores que podem frear a atividade econômica do Brasil

10 jan 2024, 14:09 - atualizado em 10 jan 2024, 14:09
pib brasil economia
ONU afirma, em relatório, que o PIB do Brasil deve apresentar desaceleração ao longo de 2024; Simone Tebet rebate pessimismo. (Imagem: REUTERS/Bruno Domingos)

O crescimento na atividade econômica brasileira ficou em 2023? Segundo as projeções da Organização das Nações Unidas (ONU), sim.

O relatório de Situação Econômica Mundial e Perspectivas para 2024, feito anualmente pela ONU, aponta que a economia brasileira deve desacelerar neste ano. Com isso, o Produto Interno Bruto (PIB) crescer 1,5% em 2024, cerca de metade do ritmo estimado em 2023.

Vale lembrar que o Instituição Fiscal Independente (IFI), do Senado, aponta que o PIB de 2023 deve terminar com crescimento de 3%. Os últimos dados divulgados, do terceiro trimestre, o acumulado do ano foi de crescimento econômico de 3,2% frente ao mesmo período de 2022.

Essa melhora na atividade econômica foi puxada, principalmente, pela agropecuária, com aumentos na produção agrícola, além de um avanço no consumo privado e nas exportações nos três primeiros trimestres do ano.

O que pode levar a uma desaceleração do PIB em 2024

O relatório apresenta dois fatores para um PIB mais fraco: o primeiro é a desaceleração no segundo semestre do ano passado, já sentida na economia brasileira. Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por exemplo, mostram que o PIB cresceu míseros 0,1% no terceiro trimestre de 2023, frente ao segundo trimestre.

Além disso, outro fator é a expectativa de colheitas agrícolas moderadas ao longo de 2024. O ano deve ser marcado pelos efeitos do El Niño mais intenso, com temperaturas altas em todo país, aumento de volume de chuvas no Sul e seca na Amazônia e nordeste.

Também vale destacar que o crescimento mais lento na China e nos Estados Unidos pode limitar as exportações, afetando diretamente o Brasil, já que envolve os dois maiores parceiros comerciais brasileiros.

Brasil: Projeções de desaceleração da economia podem estar erradas?

A ONU ainda destaca que uma redução gradual na inflação deve permitir mais cortes nas taxas de juros, apoiando as perspectivas de investimento e o consumo no médio prazo. “Como consequência, a previsão é de que o PIB aumente 2,2% em 2025”, diz o relatório.

Na terça-feira (9), a ministra do Planejamento, Simone Tebet, engrossou o time de quem está otimista e disse que a economia brasileira deve crescer mais de 2% em 2024.

“Estão falando que vai crescer 1,5%, então vamos apostar que o Brasil vai crescer acima de 2%”, disse Tebet em entrevista ao programa A Voz do Brasil.

Segundo ela, os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e a credibilidade que o Ministério da Fazenda vem ganhando com o mercado são fatores que joga a favor do PIB.

“Ninguém vai sair gastando por gastar, não precisamos fazer economia, caixa, mas não podemos gastar mais que arrecadamos. Isso tem impacto, tivemos queda da inflação, juros, câmbio controlado, comida mais barata na mesa do trabalhador e fechamos o ano com quase 2 milhões de trabalhadores a mais no mercado de trabalho”, disse.

Segundo os dados do Relatório Focus desta semana, o mercado revisou para cima as projeções da atividade econômica, passando de 1,52% para 1,59%.

Editora-chefe
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
Linkedin
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
Linkedin
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.