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“PIB do Banco Central” acima do esperado não melhora expectativas para economia

15 set 2021, 11:42 - atualizado em 15 set 2021, 11:45
Desafio: inflação alta trava consumo e gera efeito-dominó que reduz ritmo da indústria (Imagem: REUTERS/Eduardo Munoz)

O IBC-Br, conhecido como “PIB do Banco Central”, fechou julho com alta de 0,60%, acima do esperado pelos analistas. Na mediana do mercado, a estimativa era de uma alta de 0,35%. O desempenho foi puxado pelas vendas no varejo e pelos serviços. Já a produção industrial seguiu em queda. A boa notícia, contudo, não melhora as expectativas para a economia.

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Na manhã de hoje (15), ainda antes de o Banco Central divulgar o resultado, a XP Investimentos publicou um extenso relatório com suas projeções econômicas para este ano e o próximo. Para a gestora, o principal entrave para a recuperação no curto prazo é a inflação alta, que “limita o consumo das famílias, principalmente nas classes de baixa renda”.

O impacto prático dessa situação é um crescimento mais lento do setor varejista – justamente, um dos que puxaram a alta do IBC-Br no mês retrasado.

A MCM Consultores tem avaliação semelhante. “Com a estabilização da mobilidade em níveis pré-pandêmicos e o avanço inflacionário a corroer a renda real e a confiança do consumidor, nossas projeções indicam que comércio e serviços perderam fôlego em agosto”, afirma a consultoria.

A MCM acrescenta que, segundo seus dados preliminares, as projeções indicam, inclusive, que o IBC-Br de agosto pode ter recuado 0,2% sobre julho, encerrando a sequência de altas. “Caso esta expectativa se confirme, haverá relevante atualização dos fatores sazonais da série, com as variações marginais de maio, junho e julho passando de -0,6%, 0,9% e 0,6%, respectivamente, para -0,2%, 0,0% e 0,2%; ou seja, denotando estagnação desde abril.”, completa.

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Impacto na indústria

Os analistas apontam outra consequência dessa conjuntura: o impacto sobre a atividade industrial, que já está em queda. Além dos problemas pelo lado da demanda, diversos setores da indústria enfrentam falta de insumos e matérias-primas, como o caso das montadoras, que paralisaram a produção devido à falta de chips.

Nada indica que a situação melhore no curto prazo. Segundo Felipe Sichel, estrategista-chefe da ModalMais, “o cenário para a indústria continua incerto dado as dificuldades na cadeia de produção e o aumento do preço dos insumos.”

Assim, no mesmo dia em que o IBC-Br de agosto superou as expectativas, a XP Investimentos manteve a estimativa de crescimento do PIB deste ano, de 5,3%, mas cortou a de 2022 de 1,7% para 1,3%. Outro sinal de que o indicador não empolgou é a apatia do Ibovespa, que operava em leve alta na abertura.

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Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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