Economia

PIB já aponta queda no 1º trimestre, mesmo sem medidas anunciadas por Doria hoje

11 mar 2021, 17:21 - atualizado em 11 mar 2021, 17:52
Coronavírus São Paulo
Anemia econômica: analistas enxergam sinais preocupantes no primeiro trimestre (Imagem: Rovena Rosa/Agência Brasil)

A entrada em vigor, a partir da próxima segunda-feira (15), de regras mais rígidas de isolamento social no Estado de São Paulo renova a preocupação com o fôlego da economia em 2021. Anunciadas hoje (11) pelo governador João Doria (PSDB), as medidas apertam as restrições para o funcionamento de 14 setores no Estado mais rico da União.

A dúvida mais óbvia, neste momento, é qual será o impacto econômico dessas novas regras para combater o coronavírus. Para Carlos Lopes, economista do Banco BV, o efeito será importante, mas não tão forte, quanto os efeitos sentidos há um ano, quando medidas semelhantes foram adotadas pela primeira vez. “As pessoas já conhecem a doença e, por isso, o grau de incerteza é menor”, afirma.

Assim como 12 meses atrás, a adoção de medidas mais duras de isolamento social chega no fim do primeiro trimestre. Inicialmente, a fase emergencial vigorará em São Paulo até o fim de março, podendo ser renovada.

É claro que essa quinzena de fechamento de atividades essenciais e toque de recolher vai arranhar o PIB do primeiro trimestre, mas a verdade é que ele já cambaleava antes de Doria endurecer o combate à Covid-19.

Conjunção negativa

O fim do auxílio emergencial e a demora do Congresso e do governo em reeditá-lo, ainda que com valores menores, o desemprego elevado, o soluço da inflação e a dificuldade em se implantar um programa nacional de vacinação em massa minaram o crescimento do Brasil durante estes três primeiros meses de 2021.

“Imaginávamos que o PIB do primeiro trimestre fosse positivo, mas revisamos a estimativa nesta semana”, diz Lopes. Segundo o economista, o BV ainda não fechou totalmente os números, mas as análises sugerem que a variação do PIB pode ficar entre 0% e uma queda de 0,5%. Antes, o BV projetava uma modesta alta de 0,3% para o período.

João Doria anunciada a entrada de São Paulo na fase emergencial, a mais severa da pandemia de Covid-19, em 11 de março de 2021
Rigor: Doria anuncia que São Paulo entra na fase emergencial (Imagem: Reprodução/ Governo de SP)

Caso o tropeço do PIB, no início do ano, seja confirmado, aumenta a pressão para que a economia acelere no segundo semestre. Um alento, neste sentido, é a aprovação dos gatilhos de cortes de gastos, propostos pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, junto com a PEC Emergencial. “Isso foi importantíssimo, do ponto de vista fiscal”, diz Lopes.

Ainda assim, o BV cortou sua estimativa de crescimento do PIB deste ano de algo próximo a 4% para 3,5%.O banco não está sozinho. Segundo o Boletim Focus, do Banco Central, o otimismo do mercado está menor. A última edição de 2020 mostrava que, na média, o mercado projetava uma alta de 3,40% para o PIB de 2021.

O otimismo cresceu gradativamente, até alcançar o pico de 3,50%, na edição de 29 de janeiro. Desde então, a projeção se deteriorou. O Focus desta semana, por exemplo, já traz uma estimativa de 3,26%. “Os próximos meses dependerão muito da pandemia”, resume Lopes. “Seu impacto será mais forte, quanto mais ela se prolongar”.

Assista ao anúncio das novas medidas de isolamento social, feito por Doria nesta quinta-feira (11).

 

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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