Opinião

Pix e a inovação dos meios de pagamentos no Brasil

19 jun 2021, 20:00 - atualizado em 15 jun 2021, 15:07
Pix Pagamentos
Hoje, 67% das pessoas que já utilizam a tecnologia são adultos de 20 a 39 anos, e o maior foco de adoção acontece no Sudeste, região responsável por 48% das transações em abril de 2021 (Imagem: Agência Brasil/Marcello Casal Jr)

Por Vinícius Nunes, Lead de Produtos para E-commerce

Em maio completaram-se seis meses desde a implementação do Pix no Brasil, método de pagamento instantâneo criado pelo Banco Central.

O marco chega não só com a consolidação da novidade no país, com mais de R$ 1 trilhão em valores totais transacionados, mas também com profundas mudanças que irão beneficiar o ecossistema de pagamentos pelos próximos anos.

Para se ter uma noção do impacto da novidade, é só olhar a evolução do uso do Pix nesse curto período de tempo, divulgado mensalmente pelo Banco Central.

No fim de 2020, a porcentagem de transações realizadas entre pessoas físicas (P2P) representava 84% do total.

Essa taxa, contudo, caiu para 76% em abril, em decorrência do crescimento de mais de cinco vezes das transações feitas entre pessoas e empresas (P2B) — incluindo aí operações de grandes varejistas.

A adoção mais lenta do método de pagamento pelas empresas pode ser explicada pelo momento de seu lançamento, pouco antes do Natal.

Nessa época, varejistas evitam fazer qualquer mudança que possa prejudicar a experiência do cliente em uma das principais datas comerciais do calendário. Mas foi só o ano virar para que mais e mais empresas
apostassem na novidade, como foi o caso de Hotmart.

E com o crescente interesse por parte dos consumidores e marcas, a expectativa é de que o Pix se consolide como opção aos cartões de crédito e débito e logo supere o boleto bancário, como já está fazendo com o DOC e TED.

Para os varejistas menores, que muitas vezes não têm acesso a inovações tecnológicas, o aumento da adoção do Pix traz a vantagem importante de agilizar o fluxo de caixa graças aos pagamentos instantâneos.

Isso sem falar nas novas funcionalidades que o método deve receber até o fim de 2022, como Pix Cobrança (pagamentos pré-datados), Saque Pix (retirada de dinheiro em espécie diretamente com o lojista) e Pix Garantido (parcelamento de compras), além de pagamentos por aproximação, offline e em débito automático.

Hoje, 67% das pessoas que já utilizam a tecnologia são adultos de 20 a 39 anos, e o maior foco de adoção acontece no Sudeste, região responsável por 48% das transações em abril de 2021. Ou seja, o potencial de crescimento daqui para frente é enorme.

Em paralelo à implantação do Pix, vimos também o aumento no uso de carteiras digitais,tecnologia que beneficia a grande parcela da população desbancarizada.

Muitas vezes excluídas do mundo das compras online, essas pessoas se valeram das facilidades proporcionadas pelos serviços das fintechs, além da capacidade de realizar pagamentos e transferências por aplicativos diretamente dos celulares.

Muitos consumidores também começaram a preferir pagar via ewallets para evitar o contato com terminais de pagamento durante a pandemia. Segundo o site de pesquisas Toluna, 89% dos brasileiros começaram a utilizar carteiras digitais nesse período.

E o mesmo aconteceu com outras tecnologias, como tokens e QR Code. De acordo com o Relatório
Varejo 2021 da Adyen, 54% dos consumidores brasileiros preferiam pagar com dinheiro antes da pandemia, mas agora recorrem a opções sem contato.

Por se tratar de uma solução unificada e aberta para o sistema financeiro brasileiro, o Pix é símbolo da inovação tecnológica no segmento e exemplo de adoção rápida em um país de população tão grande e diversa.

Mas em nada essa popularidade surpreende: todas as tecnologias que entregarem segurança e conveniência aos consumidores encontrarão seu lugar na Era da Experiência.

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