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Plano estratégico da Petrobras (PETR4) vai frustrar? Veja o que esperar dos dividendos e investimentos

23 nov 2023, 15:12 - atualizado em 23 nov 2023, 15:12
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Com o novo plano de negócios, os dividendos da Petrobras entram novamente em jogo (Imagem: Kaype Abreu/Money Times)

O plano de negócios da Petrobras (PETR3PETR4) para os anos de 2024 e 2028 será divulgado na sexta-feira (24), de acordo com o presidente-executivo da estatal, Jean Paul Prates. O conselho da companhia se reúne nesta quinta (23) para validá-lo.

A expectativa é que sejam aprovados US$ 100 bilhões para investimentos em projetos de petróleo, gás, refino e fontes renováveis — no plano 2023-2027, esse valor foi de US$ 78 bilhões.

Na análise da Ativa Research, o investidor deve se ater não apenas ao tamanho do plano, mas ao aspecto qualitativo.

O lançamento de um plano de investimentos muito agressivo pode desestabilizar o tripé fundamental da tese de investimentos da Petrobras e, consequentemente, a confiança do mercado. “A dinâmica comercial, a política de dividendos e a alocação estratégica representam esse tripé”, dizem.

“Quanto maior o investimento, menor a capacidade imediata de gerar recursos livremente e maior o escrutínio do mercado quanto à assertividade dos investimentos para que estes valores possam incrementar a geração de caixa futura à partir da sua execução”, explicam.

Os analistas ressaltam ainda que o mercado já aguarda um valor maior direcionado aos investimentos e uma nova avenida de recursos, mas excessos podem repercutir negativamente para as ações da Petrobras.

“Saber se o plano manterá a companhia investindo majoritariamente onde tem expertise e condições de extrair maiores taxas de retorno reais é importante para que os investidores mantenham a confiança no potencial de geração de valor por parte da empresa”, afirmam.

Dividendos da Petrobras em risco de novo?

Na análise da Ativa, com o novo plano de negócios, os dividendos da Petrobras também entram em jogo. Isso porque, atualmente, a fórmula de distribuição de proventos respeita a fórmula: 45% da geração de caixa operacional menos os investimentos.

Assim, quanto maiores os investimentos, menores os dividendos regulares à serem pagos pela estatal, alertam os analistas.

“Após criar uma reserva estatutária, que pode diminuir substancialmente a distribuição de dividendos extraordinários já em 2023, a imposição de valores muito grandes à investimentos pode fazer o mercado novamente questionar a alocação estratégica da empresa”, afirmam.

De acordo com os analistas, a chance de alguma frustração nos valores apontados pelo novo plano não deve ser negligenciável. “Quanto maior a ambição do plano, maior a sua potencialidade de frustração”, dizem.

Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduanda em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Entrou para a área de finanças e investimentos em 2021.
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Editora-assistente no Money Times e graduanda em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Entrou para a área de finanças e investimentos em 2021.
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