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Plano Verde+ da Marfrig pode destravar valor ESG nas ações

24 jul 2020, 12:36 - atualizado em 24 jul 2020, 12:36
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A Marfrig planeja investir R$ 500 milhões em ações de sustentabilidade ao longo da próxima década (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

A Marfrig (MRFG3) divulgou nesta sexta-feira (23) o Plano Marfrig Verde+, projeto criado em conjunto com a IDH (Iniciativa para o Comércio Sustentável) que garante que toda a cadeia de produção da empresa frigorifica seja saudável e livre de desmatamento em dez anos.

Durante o evento online realizado ontem, a Marfrig apresentou seu plano a investidores, clientes, pecuaristas e ambientalistas do Brasil e do exterior. O objetivo é investir R$ 500 milhões em ações de sustentabilidade ao longo da próxima década.

“Estamos absolutamente convencidos de que só haverá um futuro promissor para aqueles que abraçarem a sustentabilidade”, afirma Marcos Molina dos Santos, fundador e presidente do conselho de administração da Marfrig. “Queremos incentivar toda a cadeia a assumir um compromisso com o desenvolvimento sustentável e com a preservação das nossas florestas”.

Assim como o plano conjunto divulgado por Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11), as ações da Marfrig contarão com um trabalho em rede e parcerias com associações, organizações e o governo.

Na semana passada, o vice-presidente Hamilton Mourão confirmou que o governo está estudando formas de separar recursos para a proteção da Amazônia e incorporar doações para a região no orçamento da União.

Mourão, que é chefe do Conselho da Amazônia, também disse que o governo estuda fortalecer os órgãos federais de controle ambiental para liberar as Forças Armadas de ações de combate a crimes ambientais.

Fazendo a diferença

A Marfrig pretende, até 2022, adaptar todos os seus sistemas para o controle da cadeia e a mitigação de risco. Ainda neste ano, a empresa deve lançar o o sistema de geomonitoramento via satélite e o Mapa de Mitigação de Riscos de Fornecedores Indiretos, que cruza mapas de presença de vegetação nativa com outros de produção pecuária, o que permitirá encontrar áreas de maior ou menor biodiversidade.

Entre 2022 e 2025, a Marfrig liderará o programa de reintegração de produtos bloqueados. A companhia também criará um programa de rede de assistência técnica, intensificação e restauração por meio de melhoria genética, da pastagem e da nutrição animal.

Marfrig
O BTG reconheceu o comprometimento da Marfrig de montar uma cadeia de produção saudável e totalmente livre de desmatamento, principalmente quando assuntos sobre ESG estão ganhando força (Imagem: YouTube/Marfrig)

Na avaliação de Thiago Duarte e Henrique Brustolin, analistas do BTG Pactual (BPAC11), o caminho proposto pela Marfrig é desafiador, visto que ainda existem grandes problemas na cadeia produtiva do setor.

“A cadeia produtiva não é sempre verticalmente integrada, o que significa que o gado comprado de uma fazenda legal pode ter nascido e crescido em áreas ‘ilegais’ antes de ser vendido para o fornecedor final”, destaca o banco. A intenção da Marfrig de monitorar as compras é, portanto, uma tarefa difícil.

No entanto, os analistas reconheceram o comprometimento da empresa de montar uma cadeia de produção saudável e totalmente livre de desmatamento, principalmente quando assuntos sobre ESG estão ganhando força.

“Discussões envolvendo o meio-ambiente devem ganhar tração daqui para a frente, e a Marfrig continuará tendo um papel central nisso”, afirmaram Duarte e Brustolin. “Sentimos que as ações irão refletir cada vez mais em esforços sustentáveis”.

Apesar do bom momentum, o BTG manteve a recomendação neutra para o papel da Marfrig, com preço-alvo em 12 meses de R$ 13, à espera de maior visibilidade sobre a desalavancagem da companhia.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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