Exportações

Pode vir pressão interna na carne desviada das plantas da BRF e JBS bloqueadas pela China

06 jul 2020, 10:03 - atualizado em 06 jul 2020, 11:05
Ásia China Açougue Suínos Carnes Consumo
Mercados chineses vão ter menos carnes de porco brasileiro enquanto permanecer bloqueio de duas unidades (Imagem: Unsplash/@natalieng)

Os bloqueios impostos pela China às exportações de carne suína da BRF  (BRFS3) Lajeado e Seara/JBS (JBSS3) Três Passos sinalizam problemas maiores na medida do tempo nas quais as plantas ficarão fora daquele mercado. Já são sete frigoríficos com habilitação suspensa pelas autoridades alfandegárias por temor da covid-19 nos alimentos da partir da contaminação dos funcionários das empresas.

Os prejuízos das companhias acabarão atenuados até que a carne seja transferida para o consumo interno, mas sob pressão do atacado e varejo que pode se propagar para o setor todo. O cenário fica mais agudo se novas plantas sofrerem a mesma sanção pela covid-19 entre seus funcionários.

Das duas unidades gaúchas, a da BRF – que já teve problemas com a planta de aves também – é mais complicada, por ser praticamente exclusiva para embarques à China.

Entre 80% e 90% da capacidade diária de 4 mil abates são destinados ao país, segundo Valdecir Folador, presidente da Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), que já alertava há dias, aqui em Money Times, a iminência a paralisação chegar ao setor.

Na da JBS, com lotação máxima entre 2,5 mil e 3 mil cabeças diárias, ele acredita que o impacto é bem menor, pois as informações são de que o destino chinês da proteína é pequeno.

Folador não acredita em impacto direto para os fornecedores de porcos num prazo razoável. A unidade de Lajeado é praticamente 100% de integrados, sob contratos que remuneram agregando índices de eficiência, conversão alimentar, desempenho, entre outros.

“O problema é que quanto mais perdurar o bloqueio, essa carne vai ser pressionada pela avidez do atacado e varejo que vão querer pagar menos, e isso acaba tendo uma implicância mais generalizada para o setor todo”, explica do presidente da Acsurs.

 

Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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