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Por que as ações da Oi derreteram 19% em três dias?

21 jul 2021, 19:39 - atualizado em 21 jul 2021, 20:51
Oi OIBR3 Telecomunicações Operadoras
O grande problema, segundo analistas consultados pelo Money Times, foi a alavancagem financeira, bem acima do que o mercado estava esperando (Imagem: Reuters/Paulo Whitaker)

As ações ordinárias da Oi (OIBR3) levaram um tombo daqueles após a tele ter apresentado o seu plano de negócios.

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Desde segunda-feira (19), os papéis acumulam queda de 19%. No caso das preferenciais (OIBR4), a redução foi menor: 8,4%.

O novo plano, que cobre o período de 2022 a 2024, marca o que está sendo chamado de Nova Oi, uma empresa totalmente focada em fibra ótica do lar (FTTH).

A meta é alcançar uma receita líquida entre R$ 14,8 bilhões e R$ 15,5 bilhões até lá.

Além disso, a tele pretende chegar a um total de 8 milhões de domicílios conectados até 2024. Na prática, isso significa um crescimento médio anual de 31% entre 2021 e 2024.

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Até o final do primeiro trimestre de 2021, a Oi possuía 2,5 milhões de casas conectadas.

O plano também prevê Ebitda de R$ 1,9 bilhão a R$ 2,3 bilhões, incluindo as operações legadas.

O que há de errado?

O grande problema, segundo analistas consultados pelo Money Times, foi a alavancagem financeira, bem acima do que o mercado estava projetando, com uma dívida líquida sobre Ebitda de elevados 6,6 vezes da Nova Oi, sem a InfraCo.

De acordo com a analista da Empiricus, Cristiane Fensterseifer, os investidores acharam que ia sobrar mais dinheiro decorrente da venda de ativos da Oi.

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“Isso quer dizer que a tele vai consumir quase todo pagamento da venda de ativos até 2024”, completa.

A visão é reforçada por André Querne, sócio da Rio Gestão de Recursos. Segundo ele, a estratégia de crescimento, que dependerá de pesados investimentos em dólar, irá queimar mais caixa do que o previsto.

“Os investidores estão ajustando no valor de mercado o nível de dívida futuro maior que o esperado e isso impactou o preço das ações”, argumenta.

O Credit Suisse chegou a cortar o preço-alvo da Oi de R$ 1,80 para R$ 1,60, com recomendação neutra. Segundo o banco, há ricos na execução do plano. Além disso, o alto consumo do caixa também foi citado.

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Paciência, investidor

Apesar de todo o ceticismo, a Ágora Investimentos está mais otimista com o plano da Oi.

Segundo a corretora, é normal que os mercados demorem um pouco para ter mais confiança na capacidade da tele.

“Embora certamente haja riscos relacionados à execução operacional do plano estratégico, acreditamos que o mercado deve vê-lo como positivo. A InfraCo, com BTG (BCPA11) e Globenet como investidores estratégicos, agora tem poder de fogo suficiente para continuar a expandir seus negócios”, aponta.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.