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Por que as ações da Ultrapar estão tombando hoje? Pergunta (mesmo) lá no Posto Ipiranga

25 fev 2021, 16:33 - atualizado em 25 fev 2021, 16:33
Ipiranga Ultrapar UGPA3
Frustração: resultado fraco da Ipiranga afundou ações da sua controladora, a Ultrapar (Divulgação: Facebook/Ipiranga)

As ações da Ultrapar (UGPA3) estão entre as maiores quedas do pregão desta quinta-feira (25), após divulgar seu balanço do quarto trimestre. Por volta das 15h20, os papéis recuavam 7,85% e eram negociados por R$ 19,61. No mesmo instante, o Ibovespa descia 1,63% para os 113.785 pontos.

Os analistas que já se manifestaram sobre os números da Ultrapar no quarto trimestre são unânimes em classificá-los como fracos e abaixo do esperado pelo mercado. Ainda mais emblemático é o fato de que todos concordam que há um culpado nessa história: a rede de postos Ipiranga, controlada pela Ultrapar.

Vicente Falanga e Ricardo França, que assinam o comentário da Ágora Investimentos sobre a empresa, classificaram o trimestre como “fraco”. A dupla acrescenta que o ebitda ajustado, de R$ 865 milhões, ficou 14% abaixo da sua estimativa e 5% aquém do consenso do mercado.

Em seguida, apontam o dedo para quem, na sua avaliação, foi o responsável pela decepção. “O ebitda total da Ipiranga de R$ 487 milhões (R$ 84/m³) veio bem abaixo da nossa estimativa de R$ 587 milhões (R$ 100/m³)”, afirmam.

O ebitda da Ipiranga também frustrou o Banco Safra, que projetava R$ 104 por metro cúbico de combustível vendido.

Motivos

Segundo Ilan Arbetman, da Ativa Investimentos, a frustração é ainda maior, quando se considera o desempenho recente da Ultrapar. “Após um terceiro trimestre que nos deixou animados com o processo de recuperação apresentado, sobretudo após o desempenho de Ipiranga, recebemos de forma mais reticente os resultados do 4T20”, afirma.

Ultragaz Ultrapar UGPA3
Derretendo: ações da Ultrapar estão entre as maiores quedas de hoje (Imagem: Money Times/Gustavo Kahil)

Se apontar o culpado pelo ebitda fraco é fácil, mais difícil é entender o que aconteceu. Para a Ágora, “a fraqueza nos resultados da Ipiranga pode estar relacionada a perdas com importações.”

Já Conrado Vegner e Victor Chen, do Safra, atribuem o mau desempenho dessa rubrica aos “custos elevados, provisões para perdas e retorno de despesas que estavam suspensas nos trimestres anteriores”. A Ativa acrescenta que “a impressão é que o processo de recuperação segue mais lento do que esperávamos.”

De qualquer modo, apenas a Ágora indica a compra das ações da Ultrapar. Safra a Ativa mantiveram a recomendação neutra para os papéis, com preços-alvos de R$ 20,60 e R$ 22,50, respectivamente.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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